30.11.15

Em ritmo de [quase] férias!

Seguem registros rápidos realizados durante o final de semana passado. São registros dignos de um período de [quase] férias.

Em primeiro lugar, seguem os registros de uma agradável tarde/noite: primeiramente, desenho de barcos atracados no Iate Clube de Natal. Momentos de descontração durante a confraternização natalina dos professores do DARQ/UFRN (aproveitei para "inaugurar" mais um caderninho. Este, um presentinho da amiga Sabrina Fontenele); Na continuação, desenho em guardanapo feito durante a ótima apresentação do "The Bop Hounds", no O Sarau do Café Salão - Edição Especial Anos 50
Uma ótima tarde/noite para começar o final de semana.


Em segundo lugar, aproveitei o domingo para ir, na companhia de grandes amigos (Natália e Fábio) e da minha adorada companheira Eunádia, ao Bar "Nugrau", que fica na praia de Tabatinga/RN, apreciar deliciosos pasteis de cação e camarão, e refrescar a guela tomando uma cerveja estupidamente gelada, do nível da que se apresenta a propoaganda do cardápio do bar (uma atração à parte: os itens são apresentados por fotografias, para não se ter dúvidas do que será servido).

E que venham as férias!






27.11.15

Um Diário Gráfico sobre o Rio de Janeiro/RJ

"(...) em busca do tempo perdido"
Marcel Proust





Aproxima-se o verão... lembro-me do verão passado. Algumas memórias são interessantes, outras nem tanto. Relutei algum tempo para postar nesse site a série de desenhos feitos na última viagem à minha terra natal: o Rio de Janeiro. E isso por um lado, por ter achado-a incompleta, e por outro, pela minha preguiça em juntar os fragmentos de impressões vertiginosas causadas por acúmulos de lembranças de minha infância unidos ao ocaso de algumas esperanças e de algumas experiências humanas. Passado esse ano, guardo e compartilho alguns momentos através desse diário gráfico que me é muito caro.


Rua do Ouvidor; Rio de Janeiro/RJ.

São fantásticas essas estreitas ruas e becos do Centro Histórico do Rio de Janeiro. Com essa escala de estreiteza é possível até encontrar ótimas zonas de sombra, em meio ao calor de 40 graus. Mesmo com a malha regular, guardam milhares de surpresas, micro universos. Dezenas de bares e restaurantes e, em especial, excelente comida carioca e centenas marcas de cerveja. Em especial carne seca desfiada com feijão preto de caldo ou, para o lanche, sanduíche de pernil com provolone. "[...] em busca do tempo perdido" me ocorre a lembrança de andar com minha mãe desde daí até a Uruguaiana ou no "Saara"... através de um ou dois únicos e extensos "becos", evitando as largas e barulhentas avenidas.


Para desenhar nessa cidade quando o sol e calor ultrapassam a temperatura dos 40 graus, às vezes, é necessário um exercício de meditação e concentração no objetivo do desenho. Um breve skecth de alguns poucos minutos parece se tornar um estudo de algumas dezenas de minutos. A depender do ângulo escolhido, sem sombra então, é uma interessante ginástica e modo de perder algumas calorias. Entretanto isso não foi suficiente para me deixar de recordar, ao desenhar o ponto de fuga central na Avenida Presidente Vargas ou ao rever o entorno da Candelária, das minhas andanças na área do Centro com minhã querida mãe e meus tios maternos.

Avenida Presidente Vargas . Rio de Janeiro/RJ
 
Entorno do Centro Cultural Banco do Brasil e França-Brasil, desde o Adro da Igreja da Candelária. Rio de Janeiro/RJ.


Central do Brasil

De modo geral as estações modais possuem grande importância na minha vida... pessoal enquanto reminiscências da infância em Piabetá/RJ, pelas andanças através dos bairros de Madureira, Olaria, Bonsucesso, Duque de Caxias/RJ, mas também pela minha formação e vida profissional como Arquiteto e Professor (por isso, nem cabe aqui minha paixão pelo Subúrbio ferroviário de Salvador e os trilhos de São paulo e Minas Gerais, capítulos à parte). Mas a Central do Brasil possui significado especial... não só por conectar a memória do Brasil e suas ferrovias por demais esquecidas, as extensas paisagens territoriais, o cheiro do ferro e do óleo desde a adolescência, mas por marcar a ida e vinda das pessoas em nossas vidas. Neste verão passado, esta estação (de) e (re) marcou afetivamente minha vida. Era sinal de alegria e de melancolia, de nascer do sol e de ocaso. E assim reside em minhas lembranças.




Restaurante Bar Cacimba, Lapa

Para um croquizeiro, em especial os baianos, uma das coisas mais bacanas de se escolher um lugar para comer é saber equalizar comida boa e barata com cerveja gelada e vista para temas/motivos possíveis de se desenhar. Não pelas vistas, pois o Ecletismo do tecido urbano daLapa é muito interessante; mas nessa combinação "matreira" foi difícil encontrar "o lugar" onde se desenha-almoça. Com uma excelente carne seca desfiada com feijão preto de caldo, aliado aos outros ingredientes, a receita foi a melhor possível. Almocei e jantei diversas vezes, pois lembrava a comida de minhas avós..

Vista para o Casarão que abriga o Restaurante Cacimba . Lapa, Rio de Janeiro/RJ

Sketch na Lapa . Rio de Janeiro/RJ


Arcos da Carioca, Lapa

43 graus Ceusius de calor. Sketch feito pela manhã, desde o abrigo de um ponto de ônibus. E em "companhia" de uma garota de programa, que acabara sua noite de trabalho, e insistia em fumar e beber e beber mais cerveja enquanto olhava o desenvolvimento do desenho ao meu lado. Ao fundo, a Catedral de São Sebastião e o Edifício Petrobrás. Hidrográficas e aquarela sobre papel 200gr/m2.

Arcos da Lapa . Rio de Janeiro/RJ


MAC, Niterói/RJ...

É impagável uma ida e vinda à Niterói através das barcas, evitando o tráfego da ponte. Não só pelo cheiro de maresia, misturado ao diesel e de outras incríveis memórias, mas por abraçar com o vento o spray marítimo, ouvir os sons das ondas ou dos barcos, ou outro murmúrio compondo, poder ver o sfumatto da paisagem diluindo a hierarquia das montanhas, pães de açúcar e corcovados, tocar e sentir não só a textura das velhas janelas em madeira e a gastura do ferro oxidando, mas as lembranças do sal, do suor e da umidade. Diante disso, é incrível a sensação de voltar à infância, lembrando das minhas idas e vindas junto com minha avó, em meio ao seu árduo trabalho de venda de tecidos - e isso bem antes de Niemeyer repousar sua nave. É indescritível atravessar RJ-Niterói-RJ navegando pela Baía, porque sempre me vem aquela sensação de que o tempo do relógio para, e, por breves instantes, entra em questão o tempo proustiano.

Museu de Arte Contemporânea, Niterói/RJ


Posto 6, Copacabana, A Princesinha do Mar.

A Meca do Stand Up!

Através de um sketch acompanhado com a gentil e SUP família de Marco Antônio Gorayeb [abraços a Isaac e esposa]. MAHALO!!!

Regado a um excelente shopp, esse coquis procura retratar a prática do surf stand up nessa que é um dos lugares mais indicados na Praia de Copacabana.

"Com areia clara e fina, Copacabana é uma das mais conhecidas praia do mundo e com seus 4 km de orla, serve de palco para grandes eventos como campeonatos de futebol de areia e vôlei de praia, além da sua famosíssima festa de Réveillon.

A "Princesinha do Mar", como também é conhecida, tem uma excelente infra-estrutura, com quiosques, patrulhamento, serviço de salva-vidas, duchas, sanitários e ciclovias e sua larga faixa de areia... vive cheia de gente de todas as partes do mundo, a qualquer hora do dia.

A praia tem cinco postos de salvamento que são excelentes referências geográficas. Sua faixa de areia é muito longa (exceto próximo ao Posto 6), o que lhe concede a prática de diversos esportes. Na areia, o turista pode encontrar diversos produtos a venda. Bebidas, comidas, protetores solares, bijuterias e cangas (i.e toalhas que se usa para poder deitar na areia) estão à venda em todo lugar. O mar aí costuma ser calmo com ondas pequenas, mas é bom evitar nadar para longe.

No verão e, principalmente, nos fins de semana, o número de frequentadores da praia aumenta consideravelmente. Vale a pena, ainda, visitar o Forte de Copacabana no Posto 6, palco de eventos históricos do Brasil e sede do Museu Histórico do Exército".

Praia de Copacabana . Rio de Janeiro/RJ 


Praia de Botafogo

41 graus Ceusius, 11:00h. Mormaço absoluto [O Pré-Sal perde!]. É muito árduo desenhar a capital do Rio de Janeiro em pleno verão. Às vezes alguns lugares muito interessantes são ermos e sem sombras... e quando se acha a sombra, o enquadramento não ajuda. Todavia, como eu adoro esse lugar... a gente pondera/equaliza a situação e a vista (à sombra de um ipê rosa).

Enseada do Botafogo . Rio de Janeiro/RJ

Enseada do Botafogo . Rio de Janeiro/RJ


Ipanema, vista para o Morro Dois Irmãos.

Fim de tarde em Ipanema é algo de fantástico. Nesta tarde os humores de uma possível chuva se aproximavam. Banhando a paisagem de tensão e dramaticidade... raios de luzes do por do sol somadas ao peso dos algodões de chumbo aumentam o alto grau de melancolia do "intermezzo". Para minha felicidade, um grupo de MPB começa a tocar bossa-nova no mesmo local - todo o clássico repertório. Um presente dos deuses. Como já comentei nas imagens do MAC e da Rua do Ouvidor, somados agora ao tempo atmosférico, outras sensações do tempo proustiano se revelam. Nada de chuva, tudo de Jobim, Vinícius, Chico, Joni El, Chet Baker, Adelmo Santos... heim? ‪#‎twilight‬ ‪#‎intermezzo‬‪#‎luscofusco‬ ‪#‎watercolour‬ ‪#‎rj‬ ‪#‎usk‬ ‪#‎usksalvador‬


Praia de Ipanema . Rio de Janeiro/RJ

Set Tools
  • Hidrogáficas Unipin Mitsubish, 0.2mm;
  • Aquarela Winsor & Newton, 24 colours;
  • Sketchbook Moleskine tipo watercolour.

André Lissonger


25.11.15

Desenhar com Mateus Rosada

Hoje abro uma exceção. Publico um desenho que não é meu. Melhor, é meu porque me foi oferecido. Mas não é de minha autoria.
É um desenho do Mateus Rosada, urban sketcher de São Paulo, que me honrou com a sua visita. Tive o prazer de o receber em Torres Vedras, a minha cidade. Tínhamos combinado desenhar muito, mas acabámos por falar mais do que desenhar. Falámos sobre desenho, mas sobretudo falámos desta relação especial entre Torres Vedras e Brasil.
Obrigado Mateus, pelo desenho e por me trazeres mais um pouco do Brasil até Torres Vedras.
 
Até sempre...
 
 
 

24.11.15

Caderno de Desenhos de Viagens - Sabará/MG

A última visita à cidade de Sabará/MG foi bastante interessante. Em especial por ter conhecido e estar hospedado no antigo Solar Sepúlveda. Esta aparente "casa mal assombrada" oferece uma peculiar ambiência oitocentista, que reforçava o clima barroco da nossa viagem. Uma pena que não tive mais energia para desenhar a casa, mas não deixei de fazer uns três registros de partes desta interessante cidade. 



Igreja de Nossa Senhora do Ó . Sabará/MG

Mágica! Na sua ambiência. E majestosa no seu interior. Um dos meus "teatrinhos" barrocos prediletos. Um dos mais preciosos monumentos do Barroco brasileiro. É tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, juntamente com o Centro Histórico de Sabará e os conjuntos da Rua Direita.

ps.: "Nossa Senhora do Ó é um nome alternativo para Nossa Senhora da Expectação do Parto ou do Bom Parto. O nome "do Ó" surgiu do hábito de se cantar antífonas na véspera da comemoração do seu dia festivo, que iniciavam com uma exclamação ou suspiro, Oh!".




Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos; Sabará/MG

"Quem vê as ruínas da igreja não imagina o que há escondido por trás das grandes paredes de pedra sem reboco, a céu aberto. A obra, iniciada em 1768, foi abandonada com a abolição da escravatura, em 1888. A muralha, porém, protege uma antiga capela de taipa, de 1713".

Técnica: caneta hidrográfica de 0,1mm sobre papel 300gr/m2.
Tamanho: 9 X 26 cm.

André Lissonger

Sobre o Cotidiano,na Vila de Ponta Negra (Natal/RN)

O Cotidiano foi a temática da semana passada,abordada na disciplina de Croquis Urbanos, ministrada por mim como uma das optativas do semestre 2015.2.
A partir deste tema, o grupo de alunos foi na sexta-feira passada à Praça do Cruzeiro, na Vila de Ponta Negra, núcleo surgido a partir de uma vila de pescadores.
Durante a atividade, registrei alguns aspectos do cotidiano deste espaço, de onde podemos apreender, a partir dos desenhos, cenas "comuns", como o esperar o ônibus - sentado ou em pé - debaixo da sombra de uma árvore (isso sim, bem importante!); a presença das vendas - do botequim ao supermercado; os carros dividindo espaço com os pedestres; e. como um significativo registro, a própria presença dos "sketchers", "compondo" esta cena urbana.

Como diz de maneira bem contundente o mestre André Lissonger, apresento aqui os desenhos de forma "crua", com as "manchas" e "imperfeições" condizentes com mais uma experiência do registro de uma relação espaço-temporal singular. "Um desenho a cada vez".



23.11.15

PARQUE DA ÁGUA BRANCA/SP NO ENCONTRO EXTRA

 Desenho do encontro extracurricular na manhã do feriado da Consciência Negra (dia 20 de novembro) no Parque da Água Branca. Escolhida a vista do parque que mais me apetecia, mãos a obra .. Na minha velocidade, levei mais alguns minutos após me despedir dos amigos sketchers para completar com cores da aquarela, o meu desenho .. a tempo de almoçar antes do horário da chá da tarde (rsrss) ..

21.11.15

Visão Serial Percurso Boa Viagem - Monte Serrat

Na ocasião do #43 Encontro Urban Sketchers Salvador, que aconteceu no percurso entre as localidades da Boa Viagem e do Monte Serrat (Península Itapagipana, Salvador/BA), realizamos uma visão serial ao longo da Rua da Boa Viagem. Em paralelo aconteceu uma Aula de Desenho de Observação para estudantes ingressantes no Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia. Seguem, abaixo, fotos, indicações das posições desenhadas e os respectivos desenhos.

Indicação das vistas ao longo do percurso
Localização na Península Itapagipana, Salvador/BA, e indicação do percurso entre localidades































Montagem gentilmente realizada pelo Prof. José Marconi (Croquis Urbanos Curitiba).



Caderno de Desenhos de Viagens - Congonhas/MG

A nossa última passagem por Congonhas/MG (antiga Congonhas do Campo), recentemente, foi bastante rápida. Mas o suficiente para alguns sketches em hidrográficas. Não tinha ainda desenhado o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, que sempre foi objeto de estudo nas minhas aulas sobre a arquitetura barroca brasileira, bem como com links para a arquitetura moderna brasileira... especial a de Oscar Niemeyer e o paisagismo de Burle Marx. Dessa vez, o desenho me ajudou a enxergar outros detalhes (em outros tempos, desapercebidos) da delicada implantação de cada uma das pequenas capelas que compõem o belíssimo Santuário.




André Lissonger   

19.11.15

23ºuskGoiânia

O palacete que abriga o Museu Pedro Ludovico constitui a residência onde  morou o fundador da capital, Pedro Ludovico Teixeira. A construção data de  1934,com a conclusão da obra  em 1937edentro do espírito Art-Déco, em voga n a época, marca o prédio até hoje conservado assim como o deixou seu proprietário.  

Tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual foi transformada em museu em 1987. Distribuído por toda residência está o acervo, constituído de 1836 peças. São porcelanas, mobiliário, vestuário, cristais e objetos de uso pessoal. Dois mil livros e oitocentos documentos originais datados dos anos vinte até a década de setenta, compőem a biblioteca particular de Pedro Ludovico. O acervo iconográfico contém um mil, cento e quarenta e duas fotos, formando importante registro histórico. 

Há ainda outra biblioteca, Antônio Borges Teixeira que com seus duzentos e setenta e oito livros contam a história de Goiânia e do estado. O Museu passou recentemente por ampla reforma conservando-se no entanto todo o seu acervo. O espaço permite a historiadores, estudantes, intelectuais, pesquisadores, jornalistas e curiosos fazer uma incursão nas décadas de 30, 40, 50 e 60. 
Fonte: https://www.goiania.go.gov.br/html/principal/goiania/museus/pedroludovicoteixeira.shtml