20.7.16

80° Encontro USk SP: A Galeria do Rock



KEI:

Primeiramente, deixo aqui todos os créditos da ótima pesquisa sobre a história da Galeria do Rock para a Marília, e a mim ficou a tarefa mais que prazerosa de escrever sobre esta coisa de desenhar na rua e, mais especificamente, sobre o último sábado no 80° Encontro USK SP, em que realizei um sketch externo.

Bacana esta idéia da Marília em dividirmos este post, uma vez que diante de um local tão emblemático de São Paulo, acabamos por realizar desenhos um tanto distintos um do outro. Fazia um pouco de frio no sábado, e pela manhã as nuvens já estavam bastante cinzentas, acumulando líquidos e antecedendo a forte chuva que viria no início da tarde paulistana. Cheguei um pouco atrasado ao ponto de encontro junto da sketcher e companheira Priscila, e logo me ajeitei em frente da fachada da rua 24 de Maio. Escolhi este ponto e não o do lado oposto, no Largo do Paissandu, pois trabalhei no prédio em frente à galeria, e caminhava nesta rua todos os dias, existindo para mim, ali, naquele local, uma certa nostalgia de anos atrás.




A 24 de Maio é uma excelente representatividade visual / sonora do centro antigo de Sampa...exista lá uma "bagunça" típica, onde os vendedores ambulantes circulam, gritam, buscam clientes e fogem da fiscalização; onde os guardinhas que fiscalizam fingem que não vêem, e seguem com suas vidas; onde os comércios populares vendem bugigangas infinitas em infinitas cores; onde os trabalhadores sentam no balcão para almoçar um pf bem calórico e assistir ao noticiário da televisão; e no sábado especificamente, uma quantidade significativa de sketchers se juntou à diferentes tribos nesta galeria comercial tão pop, mas que é rock. Fiz meu desenho, e subimos para o terraço que foi aberto ao grupo em carácter exclusivo neste dia. Foi muito bom constatar durante a exposição dos desenhos e enquanto o Ronaldo Kurita fazia o discurso final do dia, que o grupo vem se solidificando e crescendo cada vez mais. Encontro prá lá de bom, e que venham os próximos!

MARILIA:

A Galeria do Rock não significava muito pra mim até este encontro. Como é bom a gente se enganar! Já fui surpreendida bela sua bela fachada ondulada cheirando a história da arquitetura. Passei então a explorar os andares, observando a iluminação natural, o piso diferente a cada andar e a disposição das inúmeras lojas, tentando ao mesmo tempo entrar no “clima” e entender aquele lugar com jeito bem underground. Uma experiência antropológica.

Tentei registrar, no meu primeiro desenho, feito no segundo andar, o impacto que o local me transmitiu: em papel preto (black book Hahnemühle 260gsm), caneta gel branca brilhante e lápis de várias cores.




Na Galeria do Rock fervem lojas de música, de tatuagens, de tênis, de roupas, de skates, pôsteres, vinis e muito mais, através das quais circulam pessoas de tribos diversas e são divulgados eventos culturais e artísticos. Visualmente, uma bagunça organizada, onde tudo acaba fazendo sentido. São mais de 400 estabelecimentos. Achei curioso o Rock & Burger, um bar com inúmeras cervejas diferentes e um letreiro enorme indicando pertencer ao espaço dos “roqueiros”.



Em resumo, um lugar surpreendente que adorei ter conhecido (viva os Urban Sketchers!) - enriqueceu meu repertório.

Sobre a galeria: o prédio foi projetado pelo arquiteto Alfredo Mathias e foi inaugurado em 1963 com o nome de Shopping Center Grandes Galerias. Passou por várias fases e por períodos de abandono, com frequentadores de índole duvidosa, até ter uma nova administração e um novo projeto visual realizado pelos estudantes da FAUUSP na década de 90. Hoje a Galeria do Rock é ponto turístico e cultural da cidade de São Paulo.


Para saber mais:


MINAMI, I.. Projeto para Estabelecimento Comercial de Entretenimento e Espaço Cultural: Galeria do Rock - espaço cultural e megastore (Larissa Silveira Cabral Vilhena). 2001. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Arquitetura e Urbanismo) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidad.

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