25.7.17

A feira e suas "bordas"

Um tanto sumido no blog, segue mais um texto. Tentarei escrever com mais frequência.

Eu gosto de feiras. São acontecimentos momentâneos, de meio dia, onde a rua torna-se um mercado, um ambiente de corredores, labirintos, tendas, papéis sulfites pendurados em barbantes com preços, com ritmos variados, cores, sons, cheiros, frutas, legumes, peixes, carnes, pombos, cachorros, pessoas. O sentimento de dever cumprido depois de um café da manhã com pastel de carne e caldo de cana regado à limão, naquele domingo preguiçoso é de extrema satisfação. Gosto de observar a movimentação na feira. Os vendedores quase dançam e cantam, os frequentadores, caminham, param e olham, caminham, param e olham. Quando a feira acaba, o ritmo muda, as pessoas somem, e a rua é tomada por veículos.


Ali no bairro do Campo Belo, em todos os domingos tem uma feira de rua, destas bem tradicionais, parecida com a descrita no parágrafo acima. Por questões familiares, ali também estou em todos os domingos. Noutro dia enquanto caminhava por lá, reparei em coisas novas. As bordas da feira são basicamente estruturadas por belos caminhões. São eles que trazem os produtos e todos os aparatos de montagem das barracas. E são eles que fecham as ruas para que as pessoas possam circular livremente por estas áreas nestes breves períodos. Enquanto observava um caminhão vermelho, recordei-me de sketchers que realizam de maneira espetacular o desenho de automóveis, como o Flávio Ricardo. Resolvi me arriscar. As ruas ficam tranquilas, dá pra sentar na calçada com um caderno sem muitas preocupações. Fiz uns quatro desenhos em mais ou menos um mês, de domingo em domingo.


Não me recordo à qual produto o caminhão vermelho se destinava. Me sentei na sarjeta e encostei as costas em um poste. Um senhor se aproximou, olhou, me abriu um sorriso e caminhou. Uma mulher com seu cão na coleira e carrinho com verduras também se aproximou e começou a puxar papo. Seu cão fez xixi no poste e quase causou um estrago na minha mochila. Gosto de cachorros e levei no bom humor, faz parte. Um morador de rua, descalço e de braço quebrado, pedia ajuda aos que iam e vinham. Precisava de um remédio para dor. Um frequentador lhe disse alguma besteira, entrou em seu carro e foi embora. O morador de rua ficou nervoso e atordoado, falou palavras ao vento, e saiu a caminhar para outro rumo. Acabei o desenho neste meio tempo.


Este é o caminhão de verduras. Fiquei bem perto para treinar a perspectiva. O dono do caminhão chegou e, simpático, disse-me para ficar à vontade. Seu filho veio correndo e ofegante logo depois. O garoto devia ter uns 9 anos. Sentou ao meu lado e me encheu de perguntas. Pegou uma folha do caderno e ficou testando as canetas de meu estojo. Ficou uma hora conversando, às vezes falava sozinho, e depois se interessou por um carro alheio ali ao lado e ficou mexendo em seus pára brisas. Saiu correndo sem antes pedir para depois passar na barraca de sua família para lhe mostrar o resultado final. Outras crianças que ajudavam os feirantes a carregar seus produtos de volta aos caminhões e pediam uns trocados aos clientes, por vezes também sentavam ao meu lado e conversavam. Um menino me ofereceu um pouco de seu pastel. Já era fim de feira, e fui mostrar o resultado final ao curioso garoto da barraca de verduras. Lá chegando, estava ele colhendo um imenso pedaço de salsinha e girando aquela folha no ar como um caubói. Moleque muito bacana, não tem como não gostar. Conversamos um pouco mais e cada um seguiu seu caminho.


Se não me engano este caminhão é de verduras e legumes. Fiquei novamente bem perto para treinar a perspectiva. Achei meio difícil por conter bordas bem arredondadas, o que dificultou na hora de encontrar as proporções corretas e puxar as linhas aos seus pontos de fuga. Um garoto, filho do dono do veículo apareceu. Um pouco mais velho que a criança da descrição anterior, devia ter uns 12 anos, mais tímido, porém tão curioso quanto. Por vezes, saía em disparada para ajudar sua família na feira, e voltava na mesma velocidade para observar o desenrolar do desenho. Um motoboy que trabalha no restaurante japonês logo ao lado, foi comer um pastel na feira e na volta parou para conversar. Falou de como também gosta de desenhar e tem uma filha pequena. É bonito como esta nossa atividade de sketchers de rua nos faz sermos abertos à cidade.


Este, e último desenho, é o caminhão do vendedor de queijos, que fiz ontem pela manhã. O dono, senhor educado e de bom humor, veio sarcasticamente me perguntar se o estava multando. Como neste caso o veículo está junto da barraca, pude observar o trabalho do pessoal. Funcionário explicavam para cada cliente as características de cada queijo com atenção, e ocasionalmente vinham conversar comigo. O dia estava agradável, nem quente nem frio, e um céu belamente azul. Errei na perspectiva, mas não me importei. Um rapaz encostou sua bicicleta na árvore logo a frente para ajudar o pessoal a iniciar o processo de desmontagem da feira, colocando os materiais de volta nos caminhões. Perguntou se não queria colocar sua bike no desenho. Tentei, ficou um borrão, mas ele ficou agradecido.

A feira é um festival de oportunidades. Para vendedores, compradores e sketchers.

Abraços!

24.7.17

SANTANA DO MATOS, RN

Foi bem rápido, mas bem gratificante.
Visitei nesse fim de semana dos dias 22 e 23 de julho, a terra de origem da família da minha companheira, Eunádia Cavalcante.
A cidade está em clima de festa, afinal aproxima-se do dia de Nossa Senhora de Santana (26 de julho).
Não pegaremos o ápice da festa - a procissão - mas percorri atentamente os passos de minha companheira, a relembrar aspectos e locais da cidade que fazem parte de sua memória afetiva.
Em um desses percursos - do cemitério à Igreja Matriz - fiz alguns registros aos moldes de uma "visão serial", e pude identificar a importância simbólico/visual destes dois marcos da cidade.




23.7.17

20º Encontro USK Fortaleza em Maranguape - CE

Foto: Paulo Vieira
No domingo, 16 de julho de 2017, aconteceu o 20º Encontro USK Fortaleza na cidade de Maranguape - CE que fica a apenas 50 minutos de carro da nossa capital. Consideramos essa edição como "especial de férias" uma vez que ocorreu no mês de julho, mas principalmente porque, pela primeira vez, o evento aconteceu durante todo o dia. Nos encontramos inicialmente na Praça Luiza Távora em Fortaleza onde uma parte do grupo saiu em esquema de caronas em direção à praça da igreja matriz de Maranguape onde o grupo todo se reuniu. 

O domingo não poderia ter sido mais agradável. O dia bastante ensolarado proporcionou um belo céu azul perfeitamente acompanhado da silhueta da não menos bela Serra de Maranguape. Ambos acabaram participando dos planos de fundos de vários dos desenhos produzidos.  A tranquilidade característica de uma cidade interiorana nos fez companhia assim como seu lindo conjunto de edifícios históricos. Também não faltaram conversas de calçada, curiosos e, é claro, diversos desenhos.

Deixo aqui meu agradecimento ao ex-prefeito e também sketcher Marcelo Silva que, desde a concepção da ideia de irmos para lá, nos deu total apoio e incentivo.  Vejam abaixo a produção dos caríssimos sketchers! 
























10 years 10 classes Brasil e Portugal

Em 2017 comemoramos 10 anos de existência do grupo Urban Sketchers e, para celebrar a data, foi criado o curso 10 years x 10 classes , desenvolvido simultaneamente em vários países. A ideia foi incentivar o desenho de locação em blocos de aulas que abordavam três grandes temas (explico mais adiante),  permitindo ainda o aperfeiçoamento dos participantes em diversos modos de ver e de desenhar.

Tive a sorte de participar de dois módulos em São Paulo, com a orientação de Eduardo Bajzek e convidados, e em Lisboa, com Mario Linhares e professores convidados.

Foi uma experiência única, rica e cheia de surpresas e de novos amigos. Seguem aqui os meus resultado em cada um dos módulos....faltei em alguns encontros, o que foi uma pena!


1. Histórias pessoais - a percepção do seu espaço

  • Objetos que contam algo sobre você (Eduardo Bajzek)
  • Objetos que contam por onde você passa (Miha Nakatani)
  • Ambientes onde você gosta de ficar (Eduardo Bajzek)





                                                          






















                
2. Histórias interpessoais - a percepção do seu bairro

  • Onde você mora? (Renato Palmuti)
  • Por onde você passa? (Osvaldo da Costa)
  • Como você se desloca? (Flavio Ricardo)




































3. Histórias do coletivo - a percepção da sua cidade.

  • Evento urbano Avenida Paulista (Carlos Avelino)
  • Compeendendo uns aos outros (Lisboa, com José Louro)
  • Mercado local - grandes profissões (Lisboa, com Pedro Loureiro)

        




































19.7.17

férias em Diamantina, Vale do Jequitinhonha e arredores

dia 12/7
saindo de Goiânia , GO,  e pernoitando em Três Marias, MG- cidade de pequeno porte onde se encontra uma enorme e bela represa no Rio São Francisco.


dia 12/7
fim de trade...lá pelas 5h...cachacinha boa...
feirinha típica com coisas da região, do Paraguai e da China.




dia 13/7
por volta das 11h da manhã...desfazendo malas e fazendo croquis
Pousada Relíquias do Tempo



 dia 13/7
por volta das 12h da manhã
Chfariz onde antigamente era possível recolher diamantes pequeninos (xibiu) descartados pelos garimpeiros.




dia 13/7
as 13h esperando o almoço, tomando umas, 11ºC
Restaurante do Antonio, Diamantina, MG




 dia 14/7
Igreja de São  Francisco pela manhã






 dia 14/7
Pousada Relíquias do Tempo pela manhã



dia 14/7
Catedral de Sto Antonio 




dia 14/7
passeando pelo Centro Histórico de Diamantina
  


dia 14/7
casarío em frente a pousada




dia 14/7
almoço no Grupuiara- recomendamos- boa pinga e almoço extraordinário do ponto de vista qualitativo e quantitativo
  



dia 14/7
café da tarde em frente a catedral




dia 15/7
Passadiço, Diamantina




 dia 15/7
Mercado Municipal e entorno





dia 15/7
Restaurante Grupiara- de novo.






dia 15/7
Largo do Mercado Central





dia 15/7
jantando com os primos




dia 16/7
no hall da pousada






dia 16/7
casario em Diamantina no Largo do Mercado




dia 16/7
Sarau na Igreja de São Francisco- Arte Miúda



dia 16/7
Altar da Igreja de São Francisco


dia 15/7
Vesperata na Rua do Comércio





dia 15/7
Suzy Simon com frio na Vesperata




dia 16/7
paisagem- lápis de cor aquarelável sem aquarelar



Dia 17/7
Arredores de Diamantina e Vale do Jequitinhonha
100km de terra, pedra e areia...bom prá 4X4






dia 17/7
Serro, Milho Verde, São Gonçalo do Rio das Pedras, Vau e Nascente do Jequitinhonha






dia 18/7
despedida de Diamantina...valeu demais da conta!!!