14.8.12

Cavalariças do Parque Lage, Rio de Janeiro


Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Este é o prédio anexo à mansão na qual se instalou a EAV em 1975.

Ainda hoje o prédio é conhecido como "Cavalariças", porque lá funcionavam efetivamente as cavalariças da família Lage, proprietária do local. O prédio principal foi fotografado por mim há algum tempo e pode ser visto no link a seguir: www.flickr.com/photos/angeloarte/6306558695/in/set-721576...
Utilizei marcador preto fino e aquarela em um pequeno caderno Moleskine para aquarela.

Um pouco de história (Wiki)
A história do Parque Lage data de 1811, quando Rodrigo de Freitas Mello e Castro adquire uma fazenda pertencente a Fagundes Varela, o Engenho de Açúcar Del Rei, às margens da lagoa. John Tyndale, paisagista inglês, recebe, em 1840, a incumbência de reprojetar a fazenda e imprime à estrutura de seu projeto todo o romantismo encontrado em parques de sua terra natal. Em 1859, o parque passa para as mãos de Antônio Martins Lage, por um processo de compra e venda. Neste momento, recebe o nome de “Parque dos Lage”, o qual, mais tarde, no ano de 1900, passa a seus três filhos como herança. Em 1913, a chácara é comprada pelo Dr. César de Sá Rabello, permanecendo como sua propriedade até o ano de 1920, quando Henrique Lage, neto de Antônio Martins Lage, consegue reaver a antiga propriedade da família.
Na década de 1920, Henrique deu início a sua remodelação, convidando o arquiteto italiano Mario Vodret como projetista do palacete que fora de seu pai. Seu estilo era bastante diferente, mesclando diferentes tendências da época, enquadrando seus trabalhos no período da arte que se denominava eclético, o qual agradava a cantora lírica italiana, esposa de Henrique Lage, Gabriela Bezanzoni.
Em seu centro há um pátio com piscina e, em sua fachada, um pórtico bastante proeminente. Os jardins foram concebidos geometricamente, de acordo com a grandiosidade da mansão, de onde se avista o morro do Corcovado.
No ano de 1936, a esposa de Henrique Lages funda a Sociedade do Teatro Lírico Brasileiro e, em 1948, novos habitantes vêm para a mansão dos Lage, os sobrinhos-netos de Gabriela: Marina Colasanti e seu irmão Arduíno Colasanti. A esta época, Gabriela Bezanzoni organizava magníficas festas em que figuravam os mais proeminentes representantes da sociedade carioca.
Entretanto, endividado com o Banco do Brasil por conta de negócios feitos com esta instituição financeira, Henrique Lages precisou desfazer-se de parte de seu patrimônio. Entregou parte de seus bens ao banco como pagamento e, a outra, vendeu para empresários particulares. A fim de fazer sobreviver o Parque, foi tombado como patrimônio histórico e artístico com a ajuda do governador Carlos Lacerda.
Na década de 1960 parte do terreno chegou a ser comprada pelo empresário Roberto Marinho para a construção da sede da TV Globo entretanto toda a propriedade foi desapropriada e convertida em um parque público. No palácio funciona a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, criada em 1975 pelo Departamento de Cultura da Secretaria de Estado de Educação.
Em 1967, Glauber Rocha usou a construção em estilo eclético como sede do governo da cidade de Alecrim, no fictício país de Eldorado, cenário de Terra em Transe, filme estrelado por Paulo Autran, José Lewgoy, Glauce Rocha e Jardel Filho, entre outros.
Em 2002, o cantor estadunidense Snoop Dogg e a dupla The Neptunes, gravaram uma parte do clipe da música Beautiful no Parque Lage.

3 comentários:

  1. Legal, Angelo, belo post!

    Não sabia que o Glauber usou o Parque Lage como locação no Terra em Transe. Vou prestar atenção na próxima vez que assistir ao filme.

    Abração!

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    1. Também não inclui uma passagem de Macunaíma, que também foi feita no adro da EAV. Muitos outros filmes utilizaram o Parque Lage como locação. O prédio é lindo, público (portanto, barato) e bem democrático.
      Fiz minha formação artística na EAV-Parque Lage, onde passei cerca de 10 anos (de 1980 a 1990) estudando pintura e gravura. Foram anos intensos e muito proveitosos. E o interessante é que os anos trouxeram altos e baixos, mas hoje a EAV vive seu auge, com oficinas muito bem aparelhadas para receber artistas, alunos e curiosos.

      Grande abraço.

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  2. Também estudei na EAV e adoro passear, desenhar, respirar o ar puro do Parque! Lindo desenho! Evocou ótimas lembranças!

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