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25.1.19

Ano novo em Petrópolis e Rio de Janeiro


Tchau, 2018. Oi, 2019! Pra começar bem um ano, nada como uma boa escapada. Há dois anos atrás fomos à Minas: Ouro Preto, BH, Tiradentes e Inhotim. Me amarro numa cidade histórica. Já tinha estado anteriormente em Paraty. Só faltava Petrópolis. Não falta mais!
Escolhemos a região histórica do Rio para passar o réveillon. Fora um stress inicial com o hotel, achamos uma nova hospedagem e a partir daí foi tudo 10!
Fiquei muito impressionado com a Cidade Imperial. Um dos destaques foi a quantidade imensa de construções Enxaimel. Em muitos momentos achava que estava em Joinville! Descobri que a colonização alemã lá foi muito forte. Mas o mais impressionante mesmo foi a consciência de que, um dia, o Brasil já foi um Império. E uma parte muito, mas muito grande disso aconteceu ali. Confesso que me emocionei em andar pelos corredores do Museu Imperial, antiga cada de Dom Pedro II, de sentar nos muros da casa da Princesa Isabel para desenhar a belíssima Catedral Dom Pedro de Alcântara, de passear pelas ruas históricas e saber que, por ali, começou de fato a história do nosso país.
No fim da viagem tiramos uns dias par ir ao Rio. Entre um dia na praia de Copacabana e muitos passeios na região histórica, em muitos museus, voltamos pra casa renovados e com muitas histórias pra contar.
Nos desenhos seguintes, alguns registros feitos sob muito, mas muito calor!


Nesses dois primeiros desenhos, o hotel onde ficamos: Casa Rosa. Uma construção histórica totalmente reformada e agradabilíssima, bem na frente do Palácio de Cristal
Na parte interna, a Alice se divertiu na piscina enquanto eu registrava a cena
O ponto alto da viagem pra mim foi o Museu Imperial. É muito forte conhecer toda aquela história e saber que ela aconteceu ali, bem onde você está pisando. Fiz 3 desenhos. Este primeiro, o oficial: a fachada da imponente construção
Aqui um rápido registro de quando esperava minhas meninas chegarem, logo na entrada do Museu
Não dava pra sair do Museu sem registar a estátua do antigo “proprietário do imóvel”: Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga. Sim, este era o nome dele. Quando estava na quarta série, tive que decorar!
Descobri que desenhar sob um sol escaldante não é uma boa ideia. Mesmo assim, está aí registrada a casa de Santos Dumond
Olhe bem para esta casa. Parece bem simétrica, né? Pois não é. A Casa do Ipiranga, mas conhecida por “Casa dos 7 erros” é totalmente assimétrica, mas engana. Posso garantir que tem bem mais que 7 erros!
Meu desenho preferido da viagem: Casa dos presidentes, residência oficial de verão dos presidentes brasileiros desde Getúlio Vargas. Duas belíssimas construções cheias de história. Infelizmente não conseguimos entrar, mas por um bom motivo: estão em reforma!
Sentei no muro da casa da Princesa Isabel para desenhar a Catedral Pedro de Alcântara. Assim que a vi achei que estava na Europa, de tão impressionante que é o visual! Porém, fui pego de surpresa por uma chuva relâmpago e não consegui terminar o desenho. Mas acabei gostando do resultado assim mesmo, incompleto...
Chegando ao Rio ficamos no bairro de Botafogo, bem de frente para a Lagoa Rodrigo de Freitas. A bateria dos nossos 3 celulares tinha acabado, então fiz o registro do fim de tarde no traço mesmo. Ali estão a Kelly e Alice, minhas meninas. Ao fundo, o Pão de Açúcar com o sol batendo apenas no morro mais alto, com uma nuvem fofa beijando-lhe o cume. Mágico!
Fazia tempo que eu queria conhecer o Parque Lage. Achei demais, mas fiquei muito triste com as condições de conservação e de, pasmem, limpeza de um lugar tão bonito. Fazia um calor tão infernal que nem sei como terminei o desenho. Rios de suor me entravam no olho!

Como ninguém é de ferro, passamos uma manhã que acabou às 3 horas da tarde em Copacabana, ao lodo do Forte. Delícia registrar o povo na praia. Tudo feito no meu caderninho Capuccino. Uma beleza para ocasiões assim! 

30.12.16

Um Rio, muitos Rios

Rio de Janeiro todo mundo sabe, é uma viagem. Setembro passado estive lá. Fui a lugares diferentes e vi Rios diferentes também. Não há como não ter uma síncope de vontade de sair registrando tudo, muita coisa interessante, muita intensidade pra tudo que é lugar que a gente olha, uma doideira. Na partida em Curitiba já dei de cara com uma prancha de surf, parece que adivinhavam meu destino, corri pro caderninho pra registrar a cena. Escala em São Paulo, tudo bem, garoa vista do alto é bonita, e aquele mar cinza de prédios também é bonito visto das alturas, e dá-lhe caderninho com caneta preta, sépia e cinza.


A melhor coisa pra se aclimatar bem ao lugar que acabou de chegar, é tomar umas no bar mais agitado do local. Botafogo estava fervendo, uma festa, fui lá conferir e bater um papo animado enquanto fazia uns traços.



No CCBB estava rolando uma exposição com quadros impressionistas, nossos ancestrais, rs, não podia perder. Acabei indo duas vezes. Na primeira me distraí desenhando e tive que voltar pra olhar direito a exposição toda. Fiz uns sketches e não fui reprimido pela segurança, vai ver não tinham nenhuma orientação para gente que desenha. É um perigo esse pessoal que anda com tintas na bolsa.

Tentando reproduzir, de pé, Cézanne e Émile Bernard


Embalei com os impressionista e fiquei com o diabo na caneta, fui devorando com meu caderno as paisagens e cenas que fui vendo ao longo dos dias. Aí embaixo um trio de forró. O desenho nem ficou tão bom, mas a cara que eles fizeram quando mostrei pra eles, afe, devia ter uma foto disso. Foi demais! O trem também deu samba, principalmente pela vendedora de amendoim em cones de papel, um clássico carioca.


O metrô também estava mais diversificado naqueles dias, tinha a turistada das Paralimpíadas que trouxe para o transporte público um pessoal que não se costuma ver. Nesse desenho que ficou só no grafite, o casal mais idoso da esquerda com roupas de turistas, o casal do meio, quase fazendo sexo, ia com as pernas trançadas, e a moça à direita carregada de bolos e quitutes que me deixaram esfomeado. Que cena amigos, que cena.



O senhor turista mereceu um segundo retrato. Camisa listrada era um convite à experimentar uma linguagem de desenho que ando perseguindo. Um passageiro ao meu lado que me viu retratando o cara me diz: - mostra pra ele, acho que ele vai gostar. Recusei, minha experiência diz que isso não é legal. Se os santos dos sketchers fizerem esse encontro acontecer, beleza, é pra ser. Mas forçar, nunca!



Uma das coisas que mais me empolga são novos desafios de desenho e da aquarela. Pintar cenas noturnas é sempre empolgante, e também frustrante em muitos casos. O cenário aí desenhei num pontinha de banco da praça, único disponível. Tentei ser meio Miha Nakatami, mas como não fiquei feliz com o resultado refiz o desenho novamente, logo depois, em casa, sem o pressa anterior.


Os bairros suburbanos do Rio guardam muitos tesouros que o turismo oficial não mostra. Principalmente os bairros que são servidos pela linha do trem da Central. Marechal Hermes é um deles, a decadência geral não consegue ocultar totalmente o tempo de glória que viveu.



Ah sim, claro, fui lá na Paralimpíada gritar praqueles campeões, imperdível.



Domingão, dia de prestigiar o USK Rio no Quadrado da Urca, lugar incrível, fiz dois desenhos. O primeiro foi pro fundo da Baía da Guanabara de tão ruim que ficou. Tenho dó dos peixes e das cracas que viram aquilo. O segundo, ufa, me redimi um pouco. Talvez tenha sido a marola de maconha que esse figuraça deixou no ar que tenha me inspirado, talvez tenha sido só coincidência e a sorte, que acompanha a quem persiste.

Mas chega de conversa né. Voltei à cidade curitibana com mais um desenho de avião. Cena de aviões não são fáceis pra mim. É meio previsível o que se desenha, sei lá, tava difícil. Mas aí achei um pé e do pé surgiu o desenho. Lembrando aquele velho provérbio que diz: - putz.. esqueci. 




13.11.16

REVELANDO VELHAS PAISAGENS ESCONDIDAS DO RIO E ALGUMAS NOVAS CONSTRUÇÕES/ REVEALING HIDDEN OLD LANDSCAPES OF RIO AND SOME NEW BUILDINGS



Photo: Breno Costa



Inegavelmente, a mudança da paisagem do centro da cidade do Rio de Janeiro já foi alçada ao posto de mais novo cartão postal da cidade. É o mais novo – antigo ponto de encontro de cariocas e de quem mais chegar. A derrubada do viaduto e de muros faz uma extensa nova orla se abrir, outra vez. Como nós, cariocas, nunca sentimos falta disso? O Rio agora tem um passeio público com 3,5km de extensão, que liga o Armazém 8 do Cais do Porto à Praça da Misericórdia (1), praticamente , à beira mar. Chamada de Orla Prefeito Luiz Paulo Conde, foi do próprio Conde que eu ouvi pela primeira vez a proposta deste projeto, quando eu ainda era estudante de arquitetura e ele diretor da FAU/ UFRJ.



Boulevard Olímpico
Os desenhos postados aqui são os que fiz em diversos encontros do Urban Sketchers Rio. Encontros realizados nesse novo ponto turístico que surge a partir dos Jogos Olímpicos. Alguns destes desenhos fizeram parte da exposição coletiva no Instituto Cervantes do Rio de Janeiro. Mas, nesta postagem, eu os organizo de maneira a compor a minha visão particular e inacabada da Orla Conde que ainda merece ser muito mais desenhada!
Edifício Almirante Tamandaré

Panorâmica da Praça Mauá com o Museu do Amanhã

Panorâmica da Praça Mauá, com o edifício  Rio Branco 1, edifício A Noite e o  M.A.R.

Praça XV com vista para a Estação das Barcas

Boulevard Olímpico

REVEALING HIDDEN OLD LANDSCAPES OF RIO AND SOME NEW BUILDINGS

Undoubtly, the landscape change in Rio de Janeiro’s downtown is already considered a brand new postcard of city, as a new-old meeting point of “cariocas” and who else wants to join us. A viaduct and walls demolitions created a long new border opened again to public . How can we, cariocas, never miss this place before? Now , Rio has a sidewalk that comes from Armazém 8, in old docks  until Misericordia Square ( 1) , in front of see in most  parts.  Called Orla Prefeito Luiz Paulo Conde, an once mayor of city. From him , i’ve heard about possibilty of this project  when i was architecture student and Conde was director , at Federal University of Rio de Janeiro.

The sketches shown here were done during many meetings of USK Rio, motivated by this new touristic place rebuilt due to Olympics this year. Some of them took part of a collective exhibition at Instituto Cervantes do Rio de Janeiro. But , these time i put all of them together to compose a particular unfinished view of this part of town which deserves to be more and more drawn !




Nota1:  http://visit.rio/que_fazer/orla-conde/



20.7.16

Conheça os Correspondentes: Francisco Leocádio, do Rio de Janeiro-RJ

Meu nome é Francisco Leocádio, nasci na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Sou formado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro desde 1994. Atuei como Professor Substituto da cadeira de Expressão Gráfica na mesma faculdade em que me formei. Tenho boa experiência em Arquitetura de Interiores e Cenografia Teatral, também atuei na área do ensino técnico, sendo Instrutor no Curso de Design de Interiores do SENAC- Rio, onde lecionei disciplinas de Projeto, Iluminação, Materiais, CAD, Detalhamento e Desenho Técnico. Em 2015, eu concluí o Mestrado em Artes Cênicas da UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) onde tive a oportunidade de pesquisar a obra do cenógrafo e figurinista Colmar Diniz, orientado pela Professora Doutora Evelyn Lima , abordando o processo criativo deste artista a partir de seus croquis, que eram e são importantes ferramentas de criação, estudo e apresentação de seus projetos. Atualmente, além da Arquitetura e Cenografia, volto à vida acadêmica com aulas de Projeto no Istituto Europeo di Design (IED), no Rio de Janeiro.


 

Em toda a minha trajetória como estudante e depois como arquiteto e cenógrafo, entendo o croquis (ou sketch) como uma ferramenta poderosa no processo de criação e de registro das impressões do mundo, trazendo junto o prazer tátil que o ato de desenhar proporciona – uma degustação atenta ao fluxo intenso das cidades. Desenhar nos permite estar suspensos por alguns instantes da cena cotidiana, e voltarmos do transe com um registro muito particular e pessoal que o traço dá ao que o olho vê. 






Meus anos de faculdade foram atravessados por alguns mestres na arte da representação gráfica usada como interpretação do nosso entorno: Anísio Medeiros, cenógrafo e artista plástico, Roberto Houaiss, arquiteto, e Pedro Lessa, também arquiteto. Lessa, professor de História da Arquitetura, sempre defendeu a importância da prática do desenho no aprendizado da evolução e/ou desdobramentos dos signos construtivos. E assim, mesmo após minha formatura, o desenho à mão livre nunca foi descolado de minha prática profissional, nem sequer ameaçado pelo avanço das mídias digitais. Mas confesso que a atividade de observador da vida e da paisagem urbana ficou adormecida por algum tempo, até que me conectei ao grupo Urban Sketchers . Desde então, esse posto volta a ter espaço e vulto do tamanho que o prazer de desenhar proporciona. Evoé, desenhadores das cidades!






My name is Francisco Leocádio , and i was was born in Rio de Janeiro, where i currently live. I graduated from the Federal University of Rio de Janeiro in 1994, with a B.A. in Architeture and Urbanism. Later, I got a temporary teacher position at that same Architecture School, teaching Graphic Expression. With a large experience in Interior Designing and Set Designing, for a time I was working for the Interior Designing course at a technnical school in Rio (SENAC Rio), teaching Project, Light Designing and Technical Drawing. In, 2015, I concluded a M.A. in Perfoming Arts, supervised by Professor Evelyn Lima. The focus of my researches was Brazilian Set Designer Colmar Diniz and how sketching contributed to his work. Presently, besides being an Architect and a Set Designer, I work at the Rio’s branch of the Istituto Europeo di Design, teaching Interior Design Project.






Throughout my life as an undergraduate and later as architect and set designer, sketching has been, for me, a powerful tool during creative processes and the grasping of impressions of the visible world, yielding the joys of tactile experience afforded by the act of drawing – an attentive savouring of the intense city flow. Drawing put one in suspention for a moment, while a quite unique record of what is seen is produced.




At University, as an Architecture undergraduate, I have had great teachers – Anísio Medeiros, Roberto Houaiss and Pedro Lessa – who talked about the importance of hand sketching to an architect’s career. Since then, I have never left sketching out of my work, even during this digital media era. I confess, though, that the observer of the urban landscape and the everyday life was put to a stand-by until I connected with Urban Sketchers. Since then, I am back to action with lots of enjoyment! All Hail sketchers of life!!!!






Meus desenhos estão visitáveis em:

27.11.15

Um Diário Gráfico sobre o Rio de Janeiro/RJ

"(...) em busca do tempo perdido"
Marcel Proust





Aproxima-se o verão... lembro-me do verão passado. Algumas memórias são interessantes, outras nem tanto. Relutei algum tempo para postar nesse site a série de desenhos feitos na última viagem à minha terra natal: o Rio de Janeiro. E isso por um lado, por ter achado-a incompleta, e por outro, pela minha preguiça em juntar os fragmentos de impressões vertiginosas causadas por acúmulos de lembranças de minha infância unidos ao ocaso de algumas esperanças e de algumas experiências humanas. Passado esse ano, guardo e compartilho alguns momentos através desse diário gráfico que me é muito caro.


Rua do Ouvidor; Rio de Janeiro/RJ.

São fantásticas essas estreitas ruas e becos do Centro Histórico do Rio de Janeiro. Com essa escala de estreiteza é possível até encontrar ótimas zonas de sombra, em meio ao calor de 40 graus. Mesmo com a malha regular, guardam milhares de surpresas, micro universos. Dezenas de bares e restaurantes e, em especial, excelente comida carioca e centenas marcas de cerveja. Em especial carne seca desfiada com feijão preto de caldo ou, para o lanche, sanduíche de pernil com provolone. "[...] em busca do tempo perdido" me ocorre a lembrança de andar com minha mãe desde daí até a Uruguaiana ou no "Saara"... através de um ou dois únicos e extensos "becos", evitando as largas e barulhentas avenidas.


Para desenhar nessa cidade quando o sol e calor ultrapassam a temperatura dos 40 graus, às vezes, é necessário um exercício de meditação e concentração no objetivo do desenho. Um breve skecth de alguns poucos minutos parece se tornar um estudo de algumas dezenas de minutos. A depender do ângulo escolhido, sem sombra então, é uma interessante ginástica e modo de perder algumas calorias. Entretanto isso não foi suficiente para me deixar de recordar, ao desenhar o ponto de fuga central na Avenida Presidente Vargas ou ao rever o entorno da Candelária, das minhas andanças na área do Centro com minhã querida mãe e meus tios maternos.

Avenida Presidente Vargas . Rio de Janeiro/RJ
 
Entorno do Centro Cultural Banco do Brasil e França-Brasil, desde o Adro da Igreja da Candelária. Rio de Janeiro/RJ.


Central do Brasil

De modo geral as estações modais possuem grande importância na minha vida... pessoal enquanto reminiscências da infância em Piabetá/RJ, pelas andanças através dos bairros de Madureira, Olaria, Bonsucesso, Duque de Caxias/RJ, mas também pela minha formação e vida profissional como Arquiteto e Professor (por isso, nem cabe aqui minha paixão pelo Subúrbio ferroviário de Salvador e os trilhos de São paulo e Minas Gerais, capítulos à parte). Mas a Central do Brasil possui significado especial... não só por conectar a memória do Brasil e suas ferrovias por demais esquecidas, as extensas paisagens territoriais, o cheiro do ferro e do óleo desde a adolescência, mas por marcar a ida e vinda das pessoas em nossas vidas. Neste verão passado, esta estação (de) e (re) marcou afetivamente minha vida. Era sinal de alegria e de melancolia, de nascer do sol e de ocaso. E assim reside em minhas lembranças.




Restaurante Bar Cacimba, Lapa

Para um croquizeiro, em especial os baianos, uma das coisas mais bacanas de se escolher um lugar para comer é saber equalizar comida boa e barata com cerveja gelada e vista para temas/motivos possíveis de se desenhar. Não pelas vistas, pois o Ecletismo do tecido urbano daLapa é muito interessante; mas nessa combinação "matreira" foi difícil encontrar "o lugar" onde se desenha-almoça. Com uma excelente carne seca desfiada com feijão preto de caldo, aliado aos outros ingredientes, a receita foi a melhor possível. Almocei e jantei diversas vezes, pois lembrava a comida de minhas avós..

Vista para o Casarão que abriga o Restaurante Cacimba . Lapa, Rio de Janeiro/RJ

Sketch na Lapa . Rio de Janeiro/RJ


Arcos da Carioca, Lapa

43 graus Ceusius de calor. Sketch feito pela manhã, desde o abrigo de um ponto de ônibus. E em "companhia" de uma garota de programa, que acabara sua noite de trabalho, e insistia em fumar e beber e beber mais cerveja enquanto olhava o desenvolvimento do desenho ao meu lado. Ao fundo, a Catedral de São Sebastião e o Edifício Petrobrás. Hidrográficas e aquarela sobre papel 200gr/m2.

Arcos da Lapa . Rio de Janeiro/RJ


MAC, Niterói/RJ...

É impagável uma ida e vinda à Niterói através das barcas, evitando o tráfego da ponte. Não só pelo cheiro de maresia, misturado ao diesel e de outras incríveis memórias, mas por abraçar com o vento o spray marítimo, ouvir os sons das ondas ou dos barcos, ou outro murmúrio compondo, poder ver o sfumatto da paisagem diluindo a hierarquia das montanhas, pães de açúcar e corcovados, tocar e sentir não só a textura das velhas janelas em madeira e a gastura do ferro oxidando, mas as lembranças do sal, do suor e da umidade. Diante disso, é incrível a sensação de voltar à infância, lembrando das minhas idas e vindas junto com minha avó, em meio ao seu árduo trabalho de venda de tecidos - e isso bem antes de Niemeyer repousar sua nave. É indescritível atravessar RJ-Niterói-RJ navegando pela Baía, porque sempre me vem aquela sensação de que o tempo do relógio para, e, por breves instantes, entra em questão o tempo proustiano.

Museu de Arte Contemporânea, Niterói/RJ


Posto 6, Copacabana, A Princesinha do Mar.

A Meca do Stand Up!

Através de um sketch acompanhado com a gentil e SUP família de Marco Antônio Gorayeb [abraços a Isaac e esposa]. MAHALO!!!

Regado a um excelente shopp, esse coquis procura retratar a prática do surf stand up nessa que é um dos lugares mais indicados na Praia de Copacabana.

"Com areia clara e fina, Copacabana é uma das mais conhecidas praia do mundo e com seus 4 km de orla, serve de palco para grandes eventos como campeonatos de futebol de areia e vôlei de praia, além da sua famosíssima festa de Réveillon.

A "Princesinha do Mar", como também é conhecida, tem uma excelente infra-estrutura, com quiosques, patrulhamento, serviço de salva-vidas, duchas, sanitários e ciclovias e sua larga faixa de areia... vive cheia de gente de todas as partes do mundo, a qualquer hora do dia.

A praia tem cinco postos de salvamento que são excelentes referências geográficas. Sua faixa de areia é muito longa (exceto próximo ao Posto 6), o que lhe concede a prática de diversos esportes. Na areia, o turista pode encontrar diversos produtos a venda. Bebidas, comidas, protetores solares, bijuterias e cangas (i.e toalhas que se usa para poder deitar na areia) estão à venda em todo lugar. O mar aí costuma ser calmo com ondas pequenas, mas é bom evitar nadar para longe.

No verão e, principalmente, nos fins de semana, o número de frequentadores da praia aumenta consideravelmente. Vale a pena, ainda, visitar o Forte de Copacabana no Posto 6, palco de eventos históricos do Brasil e sede do Museu Histórico do Exército".

Praia de Copacabana . Rio de Janeiro/RJ 


Praia de Botafogo

41 graus Ceusius, 11:00h. Mormaço absoluto [O Pré-Sal perde!]. É muito árduo desenhar a capital do Rio de Janeiro em pleno verão. Às vezes alguns lugares muito interessantes são ermos e sem sombras... e quando se acha a sombra, o enquadramento não ajuda. Todavia, como eu adoro esse lugar... a gente pondera/equaliza a situação e a vista (à sombra de um ipê rosa).

Enseada do Botafogo . Rio de Janeiro/RJ

Enseada do Botafogo . Rio de Janeiro/RJ


Ipanema, vista para o Morro Dois Irmãos.

Fim de tarde em Ipanema é algo de fantástico. Nesta tarde os humores de uma possível chuva se aproximavam. Banhando a paisagem de tensão e dramaticidade... raios de luzes do por do sol somadas ao peso dos algodões de chumbo aumentam o alto grau de melancolia do "intermezzo". Para minha felicidade, um grupo de MPB começa a tocar bossa-nova no mesmo local - todo o clássico repertório. Um presente dos deuses. Como já comentei nas imagens do MAC e da Rua do Ouvidor, somados agora ao tempo atmosférico, outras sensações do tempo proustiano se revelam. Nada de chuva, tudo de Jobim, Vinícius, Chico, Joni El, Chet Baker, Adelmo Santos... heim? ‪#‎twilight‬ ‪#‎intermezzo‬‪#‎luscofusco‬ ‪#‎watercolour‬ ‪#‎rj‬ ‪#‎usk‬ ‪#‎usksalvador‬


Praia de Ipanema . Rio de Janeiro/RJ

Set Tools
  • Hidrogáficas Unipin Mitsubish, 0.2mm;
  • Aquarela Winsor & Newton, 24 colours;
  • Sketchbook Moleskine tipo watercolour.

André Lissonger