16.6.13

A Linha e a Cor

Nos últimos encontros com o grupo de croquiseiros de Curitiba (Croquis Urbanos - Curitiba), tenho me esforçado em colocar cor nos desenhos. Para alguém que está acostumado a desenhar somente com linhas, esse processo não é a coisa mais confortável que existe. Hoje foi minha terceira tentativa de colorir os croquis, as duas primeiras em aquarela e a última com lápis de cor.

Tem me chamado a atenção um aspecto especial quando começo a pensar no desenho em cores; estou desconfiado de que o desenho em linhas pretas, (Ink & Pen), quando pensado para ser colorido, poderia possuir um atrevimento a mais, um certo despojamento das linhas.
 

Curitiba-PR. Universidade Federal do Paraná
O desenho acima, realizado no encontro da semana passada (09/06/13), foi uma tentativa de trabalhar uma linha um tanto mais solta; hachuras diagonais das aberturas e uma maior tortuosidade das demais linhas. Com esse traço me senti mais a vontade no momento de jogar a cor.

No desenho abaixo, realizado hoje (16/06/13) utilizei uma linha mais "formal" "comportada", pois a ideia da cor não estava bem concebida quando comecei o croqui. Depois de concluído, apliquei um azul em lápis de cor para caracterizar melhor o edifício, que possui os adornos nessa cor. Aproveitei o mesmo lápis para fazer o céu em hachura vertical.

Não quero dizer que um desenho é melhor que o outro, apenas tenho sentido que quando se pensa no desenho colorido, a linha pode não estar tão independente da cor como imaginava.


Curitiba- PR. Casarão localizado na esquina da Rua Comendador Araújo com a Rua Presidente Taunay.







6 comentários:

  1. Legal este diálogo interno sobre cor e linha.
    Os teus desenhos são maravilhosos e acredito que logo serás um colorista tão bom quanto desenhista.
    Um abraço.

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  2. Reinoldo, este diálogo entre cor e linha é intenso e nos levar a conhecer outras dimensões do desenhar. Percebo que alguns colegas tem algumas fórmulas: 1)Preencha as massas (volumes, árvores, etc.) com um valor de cinza médio. 2) Só depois, use linhas finíssimas para definir os volumes, porém sem delinear as quinas de brilho. 3) Use cor para definir apenas alguns tons claramente coloridos. O objetivo é desenhar rapidamente algo que resulte da justaposição e sobreposição dos três passos citados. Como sempre na teoria é mais fácil. Porém, persigo esta técnica. Abraço do colega croquiseiro.

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  3. Muito bom Reinoldo, seus desenhos são limpos e precisos e a cor está entrando para dar um tempero legal neles.
    Nos meus desenhos gosto de pensar que a cor e a linha podem ser independentes como se estivessem conversando sobre o espaço, mas a tentação de enfiar a cor dentro da forma é muito grande. Abraço.

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  4. Pois é, a interpretação da forma muda completamente com a cor. E manter essa sua limpeza das linhas tendo que manchar com cores é um conflito interessante. Estou tbm perseguindo essa nova fase, as linhas que definiam um traço agora nem sempre devem ser representadas e excluir linhas vem sendo mais dificil do que somente "copiar a luz".Esse meio termo da técnica mista é um desafio complexo que como todos venceremos assim, praticando! Mesmo assim seus trabalhos continuam impecáveis, parabens!

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  5. Puxa, que dialogo legal neste post!!
    Seu traço é muito bonito Reinoldo. E a plicação das cores tb, ao meu ver. Esse fundo colorido suave combina perfeitamente com as linhas ao meu ver. Me lembra os desenhos do Frank Lloyd Wright e os do James Richard (usk internacional).
    Uma coisa bacana que eu li outro dia (meio fora de contexto, mas que pensei agora) foi: ou você tem luz, ou cor. Uma coisa não pode competir com a outra.
    Abraço!

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  6. Parabéns Reinoldo, belos sketchs, quanto a cor não se preocupe ela vem com a necessidade e de acordo com seu desenvolvimento, muito boa sua cidade, estive em Campo Largo e fiz alguns rabiscos, quem sabe a gente se esbarra em Curitiba outro dia, abraços

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