19.8.16

Antenas, muros e portões



Quando criança observava estas altas antenas das subestações elétricas, conectadas umas nas outras em sequências perfeitas em seus inúmeros fios, e imaginava o máximo que seria se fossem robôs humanóides gigantes. Culpa dos antigos seriados de superheróis japoneses.
No bairro do Campo Belo, existe um espaço como este, visualmente impactante, com acesso por uma rua discreta. Estava lá passando e, já que tinha tempo, encostei na parede de uma oficina mecânica, e comecei a desenhar. Achei uma visão rica em informações, tinha caçamba, tinha muro e portão com arames enrolados no topo, e muitas antenas em sequência dentro de uma perspectiva que gostei muito de fazer. Poucas pessoas circulavam naquele trecho da rua, resolvi retratar um sujeito que passou rapidamente por mim com um cigarro na mão e olhar distante. Um senhor parou para conversar e observar, sorridente. A porta ao lado da parede em que estava encostado abriu, dali saiu uma mulher, me cumprimentou, trancou a porta e foi embora. Nisso foram duas horas de desenho.



Nesta semana também fiz outro sketch em outro ponto da cidade, mas acho que os dois possuem temas semelhantes, então o insiro aqui no mesmo post. Na rua Doutor Bacelar, em um canto, uma das calçadas dignas das piores. Como a rua desce, a calçada também desce, porém em forma de platôs, e as transposições entre eles possuem degraus que devem chegar a 50cm de altura. Portões fechados de antigos comércios, criando neste ponto uma destas áreas vazias no espaço urbano.


Interessante como em ambos os casos, as antenas, muros e portões, que criam espaços esquisitos e vazios, são dominados pelas linguagens urbanas da pichação e grafite.

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