Bom, acho que falar da minha relação com o desenho também é falar da minha infância e me lembro tão bem desse período de quando morava com meus avós no interior no estado.
Lembro-me
das visitas da minha mãe, que me trazia lápis de cores, giz de cera, aqueles
cadernos pra colorir. Tudo isso me encantava muito, alias eu adorava ganhar
esses presentes. Lembro que me sentava-se à mesa de jantar da minha avó e ficava
algumas horas ali pintando e desenhando. Para fazer os desenhos em tamanho
maior eu os copiava em uma folha e tinha
que fazer os quadrados numerados. Também me lembro que sentava na frente da TV
pra assistir o Daniel Azulai desenhar e assim aprendia qual jeito ele fazia os
desenhos.
Lembro-me
de certa vez, acho que já devia ter uns 7 ou 8 anos, meu tio chegou uma tarde
do trabalho e me disse que eu devia pintar tudo num mesmo ritmo para que as
cores ficassem uniforme, foi uma ótima dica dele.
Na
escola a melhor aula ou a melhor parte dela era de Educação Artística, não me
faltavam lápis e canetas esferográficas pra colorir os desenhos que recebia da
professora. Eu gostava de usar uma técnica que havia aprendido com minha mãe
pra aplicar a cor preta sobre uma determinada área do desenho pra intensificar
a cor, olhava os cadernos dela pra me inspirar e realmente aquilo dava um
grande resultado.
Os anos me
passavam fui crescendo e o gosto pelo desenho não se perdia, ao contrario
crescia. Quando já estava maior, as aulas de arte da escola já me tomavam o
gosto por completo, fazia trabalhos em vitral, tecidos, argila etc...minha avó
me dava panos de prato pra eu pintar, fazia camisetas com estampas de surf,
rock e o que quer que fosse para os amigos, aquilo não me rendia nada apenas me
dava prazer em faze-lo.
Quando
me tornei adolescente, voltei pra São Paulo pra morar com minha mãe e meus
irmãos, e estudar e trabalhar pra custear meus estudos. Dizia pra minha mãe que
queria fazer belas artes, ela dizia que eu era louco e morreria de fome fazendo
isso aqui no Brasil, ela dizia “quer estudar arte vá pra Europa”. La sim você
terá futuro.
Fui trabalhar
no setor de Obras do banco Itaú e foi lá que tive contato com o desenho
arquitetônico. Olhava o pessoal desenhando no papel vegetal, naquelas folhas
gigantes e pensava é isso que eu quero fazer, quero desenhar prédios, casas
etc...
Bom, mas
tudo isso tomou outro rumo e fui pra faculdade, mas não fiz arquitetura, alguns
trabalhos em publicidade e anos depois fui fazer design, comecei a trabalhar
com projetos de mobiliário, depois com design de interiores.
Recentemente conheci o grande professor Eduardo Bajzek,
que num momento de transição da minha vida parece que me despertou de um estado de sonambulismo “desenhistico”,
não sei isso existe, mas enfim, foi o que aconteceu... Digo isso porque foi a
partir desse momento que resolvi dar continuidade aquilo que estava adormecido
dentro de mim e, ele me disse “ cara vai desenhar na rua, não há nada melhor do
que fazer desenhos de observação”. Foi isso que fiz, fui pra rua observar e
desenhar, participei de alguns encontros no Sketchcrawl, com uma galera fera no
desenho urbano, ate pensei “putz grilo sou muito ruim pra desenho perto desses
caras ai”, mas não dei chance ao desanimo e fui em frente.
Deixei
um caderninho no carro que tenho sempre a mão pra rabiscar as coisas que estão
no caminho do dia a dia, isso ajuda na observação. Resumindo, um pouquinho
minha trajetória seria essa, tenho muito ainda pra aprender, mas pra mim hoje o
mais importante é saber que tracei a meta até o ultimo dia da minha vida, que é
continuar desenhando, amo desenhar, gosto de ter um lápis na minha mão, gosto
de sentir o cheiro da tinta, da cera, do marcador – desenhar pra mim é minha
forma de expressar.
Conheca o trabalho do Christian Rabek, clicando aqui.
Seja bem vindo meu caro! Faça deste espaço uma continuidade da sua expressão perante as coisas da vida.
ResponderExcluirAbração!
Bem vindo Christian, lindos desenhos. Será um prazer tê-lo conosco! abs!
ResponderExcluirMuito bom Christian, grande prazer em compartilhar suas contribuições.
ResponderExcluirAbraço.
Muito legal ver o que todos temos em comum. Eu era assíduo telespectador do Daniel Azulai. Copiava tudo dele. Seja bem vindo Cristian!
ResponderExcluirObrigado a todos pelos votos e espero poder contribuir e aprender sempre com essa galera que faz do desenho uma forma de ser e de viver, um agradecimento especial ao meu mestre Eduardo que atraves dele tem me proporcionado todo esse conhecimento e integração com a arte do desenho urbano e arquitetonico... valeu Edu :)
ResponderExcluirValeu cara!! abraços!!
ResponderExcluirBela história Christian.
ResponderExcluirSketches muito bons!
É um prazer te ter como colega na aventura do risco.
Um abraço.