9.1.13

Conheça os Correspondentes: SÃO BERNARDO DO CAMPO - SP < Christian Rabek!


Bom, acho que falar da minha relação com o desenho também é falar da minha infância e me lembro tão bem desse período de quando morava com meus avós no interior no estado.
Lembro-me das visitas da minha mãe, que me trazia lápis de cores, giz de cera, aqueles cadernos pra colorir. Tudo isso me encantava muito, alias eu adorava ganhar esses presentes. Lembro que me sentava-se à mesa de jantar da minha avó e ficava algumas horas ali pintando e desenhando. Para fazer os desenhos em tamanho maior eu os copiava em  uma folha e tinha que fazer os quadrados numerados. Também me lembro que sentava na frente da TV pra assistir o Daniel Azulai desenhar e assim aprendia qual jeito ele fazia os desenhos.
Lembro-me de certa vez, acho que já devia ter uns 7 ou 8 anos, meu tio chegou uma tarde do trabalho e me disse que eu devia pintar tudo num mesmo ritmo para que as cores ficassem uniforme, foi uma ótima dica dele.
Na escola a melhor aula ou a melhor parte dela era de Educação Artística, não me faltavam lápis e canetas esferográficas pra colorir os desenhos que recebia da professora. Eu gostava de usar uma técnica que havia aprendido com minha mãe pra aplicar a cor preta sobre uma determinada área do desenho pra intensificar a cor, olhava os cadernos dela pra me inspirar e realmente aquilo dava um grande resultado.
Os anos me passavam fui crescendo e o gosto pelo desenho não se perdia, ao contrario crescia. Quando já estava maior, as aulas de arte da escola já me tomavam o gosto por completo, fazia trabalhos em vitral, tecidos, argila etc...minha avó me dava panos de prato pra eu pintar, fazia camisetas com estampas de surf, rock e o que quer que fosse para os amigos, aquilo não me rendia nada apenas me dava prazer em faze-lo.
Quando me tornei adolescente, voltei pra São Paulo pra morar com minha mãe e meus irmãos, e estudar e trabalhar pra custear meus estudos. Dizia pra minha mãe que queria fazer belas artes, ela dizia que eu era louco e morreria de fome fazendo isso aqui no Brasil, ela dizia “quer estudar arte vá pra Europa”. La sim você terá futuro.
Fui trabalhar no setor de Obras do banco Itaú e foi lá que tive contato com o desenho arquitetônico. Olhava o pessoal desenhando no papel vegetal, naquelas folhas gigantes e pensava é isso que eu quero fazer, quero desenhar prédios, casas etc...
Bom, mas tudo isso tomou outro rumo e fui pra faculdade, mas não fiz arquitetura, alguns trabalhos em publicidade e anos depois fui fazer design, comecei a trabalhar com projetos de mobiliário, depois com design de interiores.
Recentemente  conheci o grande professor Eduardo Bajzek, que num momento de transição da minha vida parece que me  despertou de um estado de sonambulismo “desenhistico”, não sei isso existe, mas enfim, foi o que aconteceu... Digo isso porque foi a partir desse momento que resolvi dar continuidade aquilo que estava adormecido dentro de mim e, ele me disse “ cara vai desenhar na rua, não há nada melhor do que fazer desenhos de observação”. Foi isso que fiz, fui pra rua observar e desenhar, participei de alguns encontros no Sketchcrawl, com uma galera fera no desenho urbano, ate pensei “putz grilo sou muito ruim pra desenho perto desses caras ai”, mas não dei chance ao desanimo e fui em frente.
Deixei um caderninho no carro que tenho sempre a mão pra rabiscar as coisas que estão no caminho do dia a dia, isso ajuda na observação. Resumindo, um pouquinho minha trajetória seria essa, tenho muito ainda pra aprender, mas pra mim hoje o mais importante é saber que tracei a meta até o ultimo dia da minha vida, que é continuar desenhando, amo desenhar, gosto de ter um lápis na minha mão, gosto de sentir o cheiro da tinta, da cera, do marcador – desenhar pra mim é minha forma de expressar.


 



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7 comentários:

  1. Seja bem vindo meu caro! Faça deste espaço uma continuidade da sua expressão perante as coisas da vida.
    Abração!

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  2. Bem vindo Christian, lindos desenhos. Será um prazer tê-lo conosco! abs!

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  3. Muito bom Christian, grande prazer em compartilhar suas contribuições.
    Abraço.

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  4. Muito legal ver o que todos temos em comum. Eu era assíduo telespectador do Daniel Azulai. Copiava tudo dele. Seja bem vindo Cristian!

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  5. Obrigado a todos pelos votos e espero poder contribuir e aprender sempre com essa galera que faz do desenho uma forma de ser e de viver, um agradecimento especial ao meu mestre Eduardo que atraves dele tem me proporcionado todo esse conhecimento e integração com a arte do desenho urbano e arquitetonico... valeu Edu :)

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  6. Bela história Christian.
    Sketches muito bons!
    É um prazer te ter como colega na aventura do risco.
    Um abraço.

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