Já faz algum tempo que venho pensando sobre um assunto
quando vou aquarelar na rua e quando vejo outros artistas fazendo o mesmo.
Muitas vezes ao final do desenho me pergunto se a aquarela
realmente chegou onde eu queria naquele momento.
Se você já pintou na rua com
certeza se fez a mesma indagação.
Você fica encarando seu desenho após aqueles minutos
pintando, e pensa algo como “Aqui as sombras não ficaram como queria...eu devia
ter saturado ou dessaturado mais as cores...Ah droga de tempo quente, secou
muito rápido...”
Sou eu que não sei mais aquarelar ou será meu material?
Abaixo tenho exemplos disso.
Detalhe da fachada da Faculdade de Direito de SP em um sketchbook impróprio para aquarela de 100g/m² |
Desenho feito no Parque do Ibirapuera -SP em um sketchbook impróprio para aquarela de 160g/m² |
O interessante de se notar nestes dois desenhos apresentados a forma como a aquarela “explode” com facilidade e torna se difícil trabalhar a mescla de cor, gerando uma aquarela com mais linhas.
Detalhe da Casa das Rosas- SP a noite em um sketchbook para aquarela de 300g/m² |
Estátua de Pedro Alvares Cabral -Ibirapuera-SP em um sketchbook para aquarela de 300g/m² |
Interior da Catedral da Sé - SP em um sketchbook para aquarela de 300g/m² |
Este
papel permitiu tratar uma mescla de cor muito mais sutil e a aquarela passa uma
sensação de ter sido feita com mais calma, sem as ondulações de um papel
impróprio.
Pensando nisso cheguei a uma conclusão simples, que vai
fazer sentido para alguns.
Cada papel é para um momento, quando se está na rua. Eles vão ter comportamentos diferentes dependendo de sua composição, densidade e coloração.
E ai que está o segredo. Da mesma forma como escolhemos se
faremos a caneta ou a lápis, devemos escolher o tipo do papel, e respeitar suas
características.
Pois quando desenhamos na rua dezenas de pensamentos, idéias, detalhes e emoções ocorrerão durante o processo, e cabe a nós como artistas filtrarmos e colocarmos no papel certo e com o material certo.
Pois quando desenhamos na rua dezenas de pensamentos, idéias, detalhes e emoções ocorrerão durante o processo, e cabe a nós como artistas filtrarmos e colocarmos no papel certo e com o material certo.
Para que possamos passar ao outros todos aquelas informações
e sentimentos sem dizer uma palavra.
E quanto mais cedo aprendemos a escolher o material e técnica certos, mais tempo teremos para contar as inúmeras histórias diárias que queremos contar, sem dizer uma palavra.
E quanto mais cedo aprendemos a escolher o material e técnica certos, mais tempo teremos para contar as inúmeras histórias diárias que queremos contar, sem dizer uma palavra.
Obrigada por transmitir suas ideias sobre as dificuldades no trabalho ao vivo! A Aquarela também é temperamental!
ResponderExcluirmclarice
Texto e demonstrações muito pertinentes. No nosso grupo temos vários especialistas em aquarela e vou aguardar as reações dos colegas. Muito obrigado por contribuir para nossa aprendizagem.
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