Trago para esta
postagem os resultados de uma pesquisa desenvolvida com acadêmicos do Curso de Arquitetura
e Urbanismo do Centro Universitário -
Católica de Santa Catarina de Joinville,
que estimulou habilidades sob os aspectos da percepção dos espaços públicos e
cenários que a cidade oferece, bem como o uso de técnicas de representação
gráfica à mão livre com aplicação de cores. A partir dessas atividades, ao
longo de 12 meses foi elaborado um acervo gráfico contendo a representação
artística dos cenários joinvilenses mais significativos, escolhidos sob a ótica
e diagnóstico dos estudantes e construídos com técnicas baseadas estritamente
no uso de materiais e instrumentos para representação manual.
Este trabalho foi
apresentado em 30 de outubro de 2015, no 3º Congresso de Iniciação Científica promovido
pela instituição. A equipe que orientei foi composta
por acadêmicos do 2º ano do Curso: a bolsista Ana Elisa de Braga e 4
voluntários, Felipe Nass, Katiúcia
Alano, Lucas Nora e Luciane Kouketsu. O enfoque da pesquisa foi direcionado para as principais construções e
localidades da cidade de Joinville/SC, tendo sido identificadas basicamente sob
as teorias clássicas dos Elementos Estruturadores do Espaço desenvolvidas por Kevin Lynch
(1960). Como avanços observados, pode-se destacar a evolução da percepção dos
estudantes sobre o ambiente em que vivem, no olhar que lançam sobre a cidade, bem
como a ampliação da prática e o aprimoramento de técnicas de representação gráfica
manual.
3º Congresso de Iniciação Científica - CatólicaSC de Joinville - 30/Outubro/2015 |
Equipe de pesquisa: Cláudio, Luciane, Katiúcia, Lucas e Felipe |
USk no meio
acadêmico
A importância deste tipo de abordagem com os acadêmicos consiste no fato de que grande parte da geração atual de estudantes circula pouco a pé na cidade onde residem, fazendo a maior parte dos seus percursos com auxílio de veículos motorizados por diversos motivos, como falta de segurança, distância a ser percorrida, tempo de deslocamento ou outros. Nota-se também que os espaços para uso dos pedestres são cada vez mais reduzidos nos grandes centros urbanos. Como consequência desses fenômenos, surge um grande desconhecimento sobre diversas características do meio onde vivem. Especificamente para o dia-a-dia dos estudantes de Arquitetura e Urbanismo, isto faz com que se tornem restritas as oportunidades de observação da cidade, sua configuração espacial, a ponto de se tornar difícil a leitura dos espaços ou territórios onde futuramente irão intervir com seus projetos. Portanto, este constante exercício de percepção é de grande relevância no processo de formação dos acadêmicos.
Estudantes Ana Elisa e Felipe desenhando "in loco" a ponte do Rio Cachoeira e o Museu do Sambaqui |
Ainda, com o advento dos avanços tecnológicos e uso de ferramentas computacionais para a elaboração de desenhos de projetos arquitetônicos, existe uma tendência crescente dos estudantes abandonarem a prática espontânea da representação gráfica através de técnicas manuais. Com isso, se tornam cada vez mais limitadas a capacidade de expressão gráfica sem o apoio de programas e computadores, além de se tornarem excessivamente padronizados e impessoais os desenhos gerados unicamente pelas ferramentas digitais. Portanto, a formação de profissionais que pouco conhecem do meio onde vivem e extremamente dependentes da computação para se expressarem, motivou o desenvolvimento das atividades de desenho de observação que foram propostas.
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