Texto: Fabrício Porto e Marcos Bandeira
No último sábado de fevereiro, dia 24, realizamos o nosso 25º Encontro
USK Fortaleza. O local escolhido foi a icônica Praça do Ferreira,
localizada no centro histórico de nossa capital. Tivemos a participação
de 14 sketchers, que tentaram, dentro do possível, registrar edifícios,
espaços urbanos e personagens do local. O relógio da hora, marco
simbólico do espaço, aparece em vários registros por sua centralidade e
protagonismo, sendo um evidente elemento vertical em um tabuleiro de
pequenas árvores, bancos de praça, banquinhas de jornal e elementos do
tipo. De igual importância, o Cine São Luís, defronte ao relógio da hora
e testemunha de uma época de ouro da cidade, também foi parar nos
cadernos e folhas dos sketchers, com toda sua pompa, seu mármore, seus
lustres e sua atmosfera classuda. Registramos neste dia alguns
pergaminhos de nossa história construída.
A prática co-relata ao sketch urbano, a de sentir a cidade e sua atmosfera, deu-se também de forma clara: dentre vários problemas de ordem urbanística e social percebíveis a olho nu, foi inevitável sentir o abandono desta praça no que diz respeito às políticas de segurança pública. Ocorreram situações de constrangimento e ameaça de agressão sem que houvesse nas imediações nenhum policiamento visível para quaisquer providências. Mas o grande vigia da paz é um povo que ocupa seus espaços públicos de forma tolerante, democrática e vigorosa. O que conferiu real sensação de segurança foi, em dado momento, uma batalha de MC´s que ocuparam provisoriamente a praça, com suas aparelhagens de som e sua irreverente estética verbal e paramentária. Na prática, é esta ocupação legítima de manifestações artísticas, comerciais e culturais o que confere segurança de fato, de uma forma mais civilizada que presença - e neste caso, ausência - de policiamento.
No momento da batalha dos Mc´s, alguns sketchers saíram do foyer do Cine São Luís para novamente rabiscar a praça, inclusive os cantores e seu público. Porém, o cair da tarde foi revelando aos poucos outro grave problema social que tem a praça como palco: a moradia na rua. Com o fechamento dos comércios e o paulatino esvaziamento do espaço, moradores de rua foram se achegando àquilo que ainda podem chamar de casa, as marquises das lojas, os bancos da praça e as árvores. Algumas obviedades, que nos passam batidas e que são meros conceitos vagos no discurso político, afloram em atividades como o sketch urbano, que tem como natureza a presença e a observação: primeiro, que deve o estado estimular vigorosamente a ocupação dos espaços públicos com arte, feiras, exposições e toda sorte de manifestações culturais próprias ou interessantes àquela sociedade; e segundo, que deve o poder público se penitenciar de sua omissão nas políticas de assistência social através de um programa que restitua dignidade à populações que tem a rua como lugar único de moradia.
É isso, caros sketchers. Vejam os desenhos e fotos do evento.
A prática co-relata ao sketch urbano, a de sentir a cidade e sua atmosfera, deu-se também de forma clara: dentre vários problemas de ordem urbanística e social percebíveis a olho nu, foi inevitável sentir o abandono desta praça no que diz respeito às políticas de segurança pública. Ocorreram situações de constrangimento e ameaça de agressão sem que houvesse nas imediações nenhum policiamento visível para quaisquer providências. Mas o grande vigia da paz é um povo que ocupa seus espaços públicos de forma tolerante, democrática e vigorosa. O que conferiu real sensação de segurança foi, em dado momento, uma batalha de MC´s que ocuparam provisoriamente a praça, com suas aparelhagens de som e sua irreverente estética verbal e paramentária. Na prática, é esta ocupação legítima de manifestações artísticas, comerciais e culturais o que confere segurança de fato, de uma forma mais civilizada que presença - e neste caso, ausência - de policiamento.
No momento da batalha dos Mc´s, alguns sketchers saíram do foyer do Cine São Luís para novamente rabiscar a praça, inclusive os cantores e seu público. Porém, o cair da tarde foi revelando aos poucos outro grave problema social que tem a praça como palco: a moradia na rua. Com o fechamento dos comércios e o paulatino esvaziamento do espaço, moradores de rua foram se achegando àquilo que ainda podem chamar de casa, as marquises das lojas, os bancos da praça e as árvores. Algumas obviedades, que nos passam batidas e que são meros conceitos vagos no discurso político, afloram em atividades como o sketch urbano, que tem como natureza a presença e a observação: primeiro, que deve o estado estimular vigorosamente a ocupação dos espaços públicos com arte, feiras, exposições e toda sorte de manifestações culturais próprias ou interessantes àquela sociedade; e segundo, que deve o poder público se penitenciar de sua omissão nas políticas de assistência social através de um programa que restitua dignidade à populações que tem a rua como lugar único de moradia.
É isso, caros sketchers. Vejam os desenhos e fotos do evento.
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