23.7.16

Caminhando pelas Geraes


Caminhando pelas Geraes

Uma semana para descanso, matar saudades, reflexão e desenho nas Gerais.

Me lembrei do poeta pantaneiro Manoel de Barros:

“Para entrar em estado de árvore é preciso
partir de um torpor animal de lagarto às
3 horas da tarde, no mês de agosto.
Em 2 anos a inércia e o mato vão crescer
em nossa boca.
Sofreremos alguma decomposição lírica até
o mato sair na voz.
Eu desenho o cheiro das árvores.”








Começando pela Vila Rica (Ouro Preto), procurei não me restringir somente ao centro histórico da cidade e assim tentei explorar outros cantos da cidade como a Igreja de Santa Efigenia, que foi construída por Chico Rei, onde somente escravos frequentavam. É impressionante a teatralidade de figuras na arte barroca, na qual ouro e sangue se misturam. Fiz o registro de detalhe de um retábulo nessa igreja e registros de fachadas de algumas das outras igrejas que visitei. Da mesma maneira, a geografia da região das Alterosas favorece este clima de “decomposição lírica” de Manoel de Barros, o que me inspirou a desenhar o cheiro das árvores quando visitei o Parque das Andorinhas, local afastado da cidade.




















Parti em seguida para visitar o Jardim Botânico de Inhotim , mergulhando na diversidade de espécies e de galerias de arte contemporânea: o maior museu de arte a céu aberto que se conhece. Tantos estímulos visuais para registro gráfico num tempo desproporcional para a mão poder registrar tudo no papel.








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