Caminhando pelas Geraes
Uma semana para descanso, matar saudades, reflexão e desenho nas Gerais.
Me lembrei do poeta pantaneiro Manoel de Barros:
“Para entrar em estado de árvore é preciso
partir de um torpor animal de lagarto às
3 horas da tarde, no mês de agosto.
Em 2 anos a inércia e o mato vão crescer
em nossa boca.
Sofreremos alguma decomposição lírica até
o mato sair na voz.
Eu desenho o cheiro das árvores.”
partir de um torpor animal de lagarto às
3 horas da tarde, no mês de agosto.
Em 2 anos a inércia e o mato vão crescer
em nossa boca.
Sofreremos alguma decomposição lírica até
o mato sair na voz.
Eu desenho o cheiro das árvores.”
Começando pela Vila Rica (Ouro Preto), procurei não me restringir somente ao centro histórico da cidade e assim tentei explorar outros cantos da cidade como a Igreja de Santa Efigenia, que foi construída por Chico Rei, onde somente escravos frequentavam. É impressionante a teatralidade de figuras na arte barroca, na qual ouro e sangue se misturam. Fiz o registro de detalhe de um retábulo nessa igreja e registros de fachadas de algumas das outras igrejas que visitei. Da mesma maneira, a geografia da região das Alterosas favorece este clima de “decomposição lírica” de Manoel de Barros, o que me inspirou a desenhar o cheiro das árvores quando visitei o Parque das Andorinhas, local afastado da cidade.
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