31.12.16

Praia de Itacoatiara, Niterói - RJ.

Aproveitei este pequeno recesso de final de ano para relaxar um pouco em uma das praias mais lindas de Niterói. Relembrando a infância, quando levava canetinhas para desenhar na praia. Usei canetas prismacolor sobre meu caderno de croquis, feito com folhas de papel Canson Aquarelle GF 300g. O plano A era usar aquarela, mas o calor era extremo e o vento muito forte. A tinta estava secando antes mesmo do final de cada pincelada. Os marcadores acabaram sendo mais práticos naquela condição adversa. O processo foi divertido e até que fiquei feliz com o resultado. No final de tudo, a sensação de missão cumprida e um merecido e esperado mergulho naquele mar paradisíaco.




30.12.16

Um Rio, muitos Rios

Rio de Janeiro todo mundo sabe, é uma viagem. Setembro passado estive lá. Fui a lugares diferentes e vi Rios diferentes também. Não há como não ter uma síncope de vontade de sair registrando tudo, muita coisa interessante, muita intensidade pra tudo que é lugar que a gente olha, uma doideira. Na partida em Curitiba já dei de cara com uma prancha de surf, parece que adivinhavam meu destino, corri pro caderninho pra registrar a cena. Escala em São Paulo, tudo bem, garoa vista do alto é bonita, e aquele mar cinza de prédios também é bonito visto das alturas, e dá-lhe caderninho com caneta preta, sépia e cinza.


A melhor coisa pra se aclimatar bem ao lugar que acabou de chegar, é tomar umas no bar mais agitado do local. Botafogo estava fervendo, uma festa, fui lá conferir e bater um papo animado enquanto fazia uns traços.



No CCBB estava rolando uma exposição com quadros impressionistas, nossos ancestrais, rs, não podia perder. Acabei indo duas vezes. Na primeira me distraí desenhando e tive que voltar pra olhar direito a exposição toda. Fiz uns sketches e não fui reprimido pela segurança, vai ver não tinham nenhuma orientação para gente que desenha. É um perigo esse pessoal que anda com tintas na bolsa.

Tentando reproduzir, de pé, Cézanne e Émile Bernard


Embalei com os impressionista e fiquei com o diabo na caneta, fui devorando com meu caderno as paisagens e cenas que fui vendo ao longo dos dias. Aí embaixo um trio de forró. O desenho nem ficou tão bom, mas a cara que eles fizeram quando mostrei pra eles, afe, devia ter uma foto disso. Foi demais! O trem também deu samba, principalmente pela vendedora de amendoim em cones de papel, um clássico carioca.


O metrô também estava mais diversificado naqueles dias, tinha a turistada das Paralimpíadas que trouxe para o transporte público um pessoal que não se costuma ver. Nesse desenho que ficou só no grafite, o casal mais idoso da esquerda com roupas de turistas, o casal do meio, quase fazendo sexo, ia com as pernas trançadas, e a moça à direita carregada de bolos e quitutes que me deixaram esfomeado. Que cena amigos, que cena.



O senhor turista mereceu um segundo retrato. Camisa listrada era um convite à experimentar uma linguagem de desenho que ando perseguindo. Um passageiro ao meu lado que me viu retratando o cara me diz: - mostra pra ele, acho que ele vai gostar. Recusei, minha experiência diz que isso não é legal. Se os santos dos sketchers fizerem esse encontro acontecer, beleza, é pra ser. Mas forçar, nunca!



Uma das coisas que mais me empolga são novos desafios de desenho e da aquarela. Pintar cenas noturnas é sempre empolgante, e também frustrante em muitos casos. O cenário aí desenhei num pontinha de banco da praça, único disponível. Tentei ser meio Miha Nakatami, mas como não fiquei feliz com o resultado refiz o desenho novamente, logo depois, em casa, sem o pressa anterior.


Os bairros suburbanos do Rio guardam muitos tesouros que o turismo oficial não mostra. Principalmente os bairros que são servidos pela linha do trem da Central. Marechal Hermes é um deles, a decadência geral não consegue ocultar totalmente o tempo de glória que viveu.



Ah sim, claro, fui lá na Paralimpíada gritar praqueles campeões, imperdível.



Domingão, dia de prestigiar o USK Rio no Quadrado da Urca, lugar incrível, fiz dois desenhos. O primeiro foi pro fundo da Baía da Guanabara de tão ruim que ficou. Tenho dó dos peixes e das cracas que viram aquilo. O segundo, ufa, me redimi um pouco. Talvez tenha sido a marola de maconha que esse figuraça deixou no ar que tenha me inspirado, talvez tenha sido só coincidência e a sorte, que acompanha a quem persiste.

Mas chega de conversa né. Voltei à cidade curitibana com mais um desenho de avião. Cena de aviões não são fáceis pra mim. É meio previsível o que se desenha, sei lá, tava difícil. Mas aí achei um pé e do pé surgiu o desenho. Lembrando aquele velho provérbio que diz: - putz.. esqueci. 




26.12.16

Arquitetos no interior

Resolvi reunir, assim que já tivesse algum material, todos os desenhos de obras de importantes arquitetos, uns mais conhecidos que outros, em sua atuação pelo interior paulista. Aqui vão, organizados por autores:

   Residência do Arquiteto Luiz Gastão de Castro Lima, um dos responsáveis pela implantação do curso de arquitetura da Usp São Carlos. Pode-se ver a influência de Le Corbusier, tanto pela forma da cobertura, que faz lembrar as Maisons Jaoul, quanto pelo volume dos lavabos, que lembra o livro aberto das pinturas puristas


    Do mesmo arquiteto, a Igreja Nossa Senhora de Fátima. Aqui já com influência de Frank Lloyd Wright.


   A mesma igreja, vista de outro ângulo.


    Construção comercial da Rua Episcopal, Antes casa de tintas, agora abriga um centro de treinamento. Projeto do Arquiteto Décio Tozzi


Edifício residencial Itatiaia, no centro de Campinas. Projeto de Oscar Niemeyer.


      Detalhe da fachada do edifício Itatiaia. Desenho incompleto, interrompido pela chuva.


    Centro cultural Casa do Lago, Unicamp, Campinas. Do Arquiteto Joán Villa.


    De Affonso Eduardo Reidy, o Fórum de Piracicaba. Hoje abriga um órgão estadual.



    E finalmente, esta pequena casa, construída em uma via de grande circulação, na periferia de Santa Bárbara d'Oeste, SP. Sem qualquer projeto ou conhecimento da história da arquitetura, o proprietário construiu, ele próprio, a sua casa. Algo nela me chamou a atenção à primeira vista, e decidi voltar ao local para desenhá-la. Talvez a solução arquitetônica: uma escada disposta em um volume diagonal, destacado do corpo principal e que conduz a um terraço descoberto. Do terraço, chega-se à área de lazer sob a cobertura nos fundos. Mesma disposição das Maisons gratte ciel, Frugès, em Pessac, Bordéus, projeto e construção de 1925, de autoria de Le Corbusier.

22.12.16

15º Encontro USK Fortaleza - Centro Cultural Dragão do Mar


Nesse sábado, 17/12, realizamos o 15º Encontro USK Fortaleza no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Nessa edição resolvemos fazer o encontro à tarde na tentativa de minimizar os efeitos do forte calor da nossa cidade. Achei a experiência válida embora o tempo disponível para o desenho acabe ficando reduzido. A parte boa desse horário foi o happy hour posterior ao evento com direito a cerveja com pizza. 

O local, cujo conjunto principal de edificações é projeto dos arquitetos Delberg Ponce de Leon e Fausto Nilo, é tradicional ponto turístico além de base de encontro das noitadas de Fortaleza. O complexo, mistura de antigos sobrados com edifícios contemporâneos, nos ofereceu variados temas e diversos pontos de vista para os desenhos. As diversas rampas, passarelas e escadas serviram tanto como objetos de representação quanto como pontos de apoio para as visadas. Não faltaram também os curiosos que, entre um olhar e outro, nos abordavam com elogios e/ou alguma pergunta. Em duas oportunidades fui questionado sobre como participar do grupo. Dei as devidas orientações e espero que tenha conseguido mais dois adeptos. 

A proximidade com o Natal e os diversos compromissos com as comemorações (família, amigos, empresas etc) acabou inviabilizando a presença de vários sketchers e também fez com que outros tivessem que sair mais cedo. Apesar disso, ainda contamos com 32 participantes.

Bom! Seguem as fotos e os desenhos produzidos! Feliz Natal e um 2017 de muitos sketches para todos!!

Fotografia por Fabrício Porto





Fotografia por Fabrício Porto



Fotografia por Fabrício Porto














Fotografia por Fabrício Porto
Fotografia por Fabrício Porto

Fotografia por Fabrício Porto




Fotografia canto superior direito por Fabrício Porto

14.12.16

Croquis da réplica do "Demoiselle" de Santos Dumont



No dia 11 de dezembro de 2016, o Croquis Urbanos Curitiba visitou o Aeroclube do Paraná durante seu 8o. Festival Aéreo.  Para nossa surpresa, encontramos uma réplica do "Demoiselle",  um dos modelos da série de aviões desenvolvido pelo Santos Dumont entre os anos 1907-09.  A réplica, que se tornou tema de nosso desenho, foi construída em 1997 pelo Aeroclube Paraná e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (na época ainda chamada de CEFET), tendo como organizador do projeto Luiz Carlos Fernandes de Souza Filho (Jornal Estado do Paraná, 12 de outubro de 1997).

Segundo a Wikipedia, o Demoiselle, também conhecido como Libellule, é considerado o melhor projeto de Dumont e também  os menores e mais baratos aviões de sua época. Ainda segundo a mesma fonte, a intenção de Santos Dumont era que essas aeronaves fossem fabricadas em larga escala e com isso popularizar a aviação. Como o inventor disponibilizava os planos a quem se interessasse, Demoiselles foram fabricados por diferentes oficinas; pelo menos quarenta unidades foram construídas.

Em termos de técnica de desenho usamos canetas de ponta porosa de várias espessuras (as da marca Sharpie são as minhas favoritas), canetas tipo nanquim (marca Unipin), caneta gel branca, marcadores cinza (Promarker da Letraset).  Papel branco para marcadores (Canson),  papel vegetal e papel craft.  

Foto 1- Aproveitamos a transparência do papel vegetal para copiar a estrutura básica do desenho feito anteriormente em papel branco


O primeiro desenho feito sobre papel branco (Foto 2) serviu como base para o segundo em papel vegetal onde detalhes finos foram adicionados (Foto 1).  Pela sua parcial transparência o papel vegetal revela a cor do papel craft usado como fundo.  Usando do mesmo artifício de transparência a cor branca das asas do Demoisele ganham visibilidade através da colagem de papel branco recortado e colado no papel craft(Foto 3).  Finalmente, detalhes finos foram adicionados para representar o brilho dos arames e das estruturas tubulares (Foto 5).




Foto 2 - Primeiro desenho com representação das estruturas básicas da aeronave.  Tivemos cuidado especial com a localização dos arames e respectivos pontos de tração das asas.

 

Foto 3 - Detalhe da colagem de papel branco sobre papel craft, que é revelado através da transparência do papel vegetal.



Foto 4 - Detalhe das linhas de construção do desenho em papel branco, gostamos de chamar de "croqui do croqui".



Foto 5 - Detalhes adicionados no papel vegetal.  Gostaria de chamar atenção para a representação dos pedais e raios das rodas. A caneta gel branca é usada para representar os delicados brilhos dos tubos e arames. 

 Foto 6 - Tradicional foto de encerramento do encontro 196 do Croquis Urbanos Curitiba.  Desta edição participaram da esquerda para a direita: Eric Shimizu, Alcindo, Luciana Maga, Sandro Colleti, Graça e Marido, José Marconi, Giovana Medeiros, Mariana Godoy, ? (não lembro agora), Rafinha (filho da Giovana), Diviane, Gustavo Ramos, Mikhael Gusso e Lívia Albuquerque.