Aqui um primeiro exemplo. Neste desenho, o objetivo foi mostrar primeiramente o trator. Na descrição que fiz do desenho, era possível entender que ele pertence a um pai de família, que utiliza o terreno em frente a sua casa para estacioná-lo. E que a vegetação desenhada ao redor foi plantada pelos moradores, uma vez que se trata de uma quadra inteira onde não pode haver edificações, por ser passagem de rede elétrica de alta tensão (em Santa Bárbara d'Oeste-SP).
Neste segundo desenho, também um trator. Mas a sua presença é que define a composição. Um conserto de rede de águas pluviais, terra esparramada na rua, um trabalhador com uma pá. Mais do que a rua, o que tornou essa cena objeto de interesse foi a presença do trator, alterando o que usualmente se vê nesta via (São Carlos- SP).
Aqui, um caso em que a presença do objeto (o fusca) foi o que despertou o interesse e determinou o recorte a ser feito no cenário. Essa pequena praça, que é formada pelo recuo alargado das edificações em relação à via curva para a qual dão frente, adquiriu uma descrição enriquecida pela presença das formas curvilíneas e polidas do veículo, em contraste com a retidão e opacidade das edificações em volta; bem como pela introdução de um elemento que explicita a escala. Não fosse este fusca estacionado, provavelmente não teria desenhado essa praça (São Carlos-SP).
Semelhante ao caso anterior. A luz do sol do final da tarde, atravessando um vão entre edifícios, ressaltava aqui também um contraste. A tríade de matrizes (azul, laranja escuro e verde) em formas orgânicas contrastando com a ortogonalidade e neutralidade de tons da pequena casa em reforma. Mais uma vez, não fosse a presença da caçamba de entulhos, esta esquina passaria despercebida (Santa Bárbara d'Oeste-SP).
Carros são elementos que trazem ao olhar a percepção da escala. Nunca me dou conta de quanto uma casa é mais alta que um carro, até que os desenhe. Aqui, os carros estacionados dão uma ideia de quão altas são as portas destas velhas edificações, no distrito de Joaquim Egídio. Também servem como registro da invasão de turistas motorizados nos finais de semana neste, que costuma ser extremamente tranquilo durante a semana.
Mais uma vez a presença do veículo como elemento de escala. O pequeno Celta à direita dá uma noção da largura da via, em conjunto com o espaço negativo sob a vegetação e as três aberturas (São Carlos-SP).
E, por fim, carros considerados em si mesmos são excelentes objetos para a prática de perspectivas. Nada parecia haver, neste trecho da rua, de interesse para um desenho. Mesmo este Opala não oferecia grande atrativo. A solução foi distorcê-los em uma perspectiva esférica, oferecendo uma forma diferente de olhar para algo corriqueiro. (São Carlos-SP)
Excelente dissertação sobre o tema veículos ( que vc sabe interpretar como poucos, e sua integração com o cenário urbano.
ResponderExcluirParabéns!
Olá Flávio, tudo bem? Muito bom, VC associa os carros a vários aspectos, o que só quem tem o costume de desenha los poderia fazer. Parabéns pelos desenhos e pelo tema. Um abraço.
ResponderExcluirFlávio , sempre admirei você por várias qualidades . Agora por mais uma - grande professor ! Obrigada !
ResponderExcluirUma das melhores contribuições para este blog. Parabéns Flávio Ricardo, além de informativo este trabalho me inspirou muito a começar a fazer uma série sobre carros também.
ResponderExcluirEsse opala ficou incrível. Mas todos os desenhos são ótimos.
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