Inúmeras
vezes cruzei a Rua Ermelino de Leão, essa do desenho, em Curitiba.
Algumas
delas na época que tinha um escritório do Edifício Tijucas; indo e vindo da XV.
Vindo ou indo pra casa.
Às
vezes, no intuito de traçar uma imensa e suculenta pizza sabor queijo grossona na
Pizzaria Itália. (E para beber aquela vitamina rosa também, claro).
Fiz
este desenho do terraço da Casa Samambaia – projeto da brother Bruna Castro,
que habita, vivencia e compartilha o espaço, na cobertura do lindo Edifício
Anita.
Tantas
vezes me imaginei (como a maioria dos andarilhos curitibanos do centro) morando
nela. Num dos delírios mais loucos, conjecturei possuir um bicho bem exótico e
pescoçudo – tipo uma lhama ou um avestruz, na área externa, para que pudesse
ser visto da rua.
O espaço
interno é lindo e, lá de cima é possível ver e desenhar o movimento da cidade.
Os rasantes dos pássaros, o ziguezague dos pedestres, as curvas dos táxis
altamente laranjas...
A
Ermelino não é mais a mesma desde a época que habitei o Tijucas.
Até
a luz mudou.
A
cidade se modifica como o sol – e lambe as faces dos prédios da XV de maneira
diferente a cada hora do dia. E de maneira diferente a cada ano.
Lembro-me
de um mendigo que tomava banho na água que escorria da calha do Hotel Del Rey
em dias de chuva, o som dos gritos dos chineses e japoneses jogando futebol na
Praça Osório nos sábados de manhã, o som das rodinhas das aeromoças da TAM e da
GOL que desciam de seus furgões na Ermelino, da algazarra dos travestis na
esquina da Carlos de Carvalho...
E há
quem diga que, em determinadas horas do dia, ainda é possível ouvir o saxofone
do man que se apresentava gratuitamente para os citadinos – numa das janelas da
parte de baixo do Tijucas, em frente ao Largo Frederico Faria de Oliveira.
Eu
acredito!
Fotos de: Washington Takeuchi
Cara muito bom seu trabalho, que identidade de ilustração você tem! Parabéns.
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