10.11.15

Resenha do livro GANHEI O MUNDO, de Jota Clewton


“Laptop de arquiteto é guardanapo de boteco”.
Sylvio Eimrich de Podestà





GANHEI O MUNDO é um um livro ou SketchBook? O leitor saberá escolher. Parece saído de alguma gráfica antiquíssima, daquelas que só trabalham com edições artesanais. Edição delicada, de bolso, rápida, sincera e recheadas de desenhos e mais desenhos. Papel craft e páginas amarelas, cheiro de dezenas de viagens... já sinto a saudade do futuro quando as mesmas estiverem ainda mais amareladas sob a pátina do tempo. O staff e pessoal da Caravela Selo Cultural e a Offset Gráfica Editora estão de parabéns. E, com certeza, adiciono os elogios ao minimalismo da Designer Alice Rosa.




Mas o autor, foi sensacional com seus textos, desenhos, viagens e sensibilidade.

É uma delícia viajar através dos desenhos de Jota Clewton. Croquis urbanos, urban sketching, desenhos de rua, de locação, traços “in loco”. Folheio e (re)folheio, os fólios de passagem e, somos transferidos de cidade em cidade, ganhando o mundo, desenho a desenho. O aparente caos da organização não é geográfico, não é temático, não é por categoria, nem é por nada acadêmico... é uma viagem após a outra.  São tantas “Cidades Invisíveis”  que ali estão, e trazidas à tona pelos belíssimos croquis – Sobral e outras cidades do Estado do Ceará, de sua Tese de Doutoramento; os canais de Veneza; Viçosa; as igrejas e o tecido urbano barroco de Salvador, Ouro Preto, São João Del Rey; Barbalha; a Barcelona de Gaudi; Acarí; João Pessoa; Paris;  São Paulo; Florença; Nova Almeida; Lisboa; Fortaleza; Rio de Janeiro; Cachoeira e São Felix; Porto; Sintra; Arez; o Alhambra; e; evidentemente, a bela Natal e ao Rio Grande do Norte que o acolheu.




Nanquim, hidrográficas, boas cachaças, penas, grafites, olhares, e tudo o mais que é tudo de bom em estar em companhia desenhando com este Grande Mestre estão aí presentes.

Agora eu abro o livro ao acaso, e já voltei e redesenhei em muitos dos cenários desenhados por JC. Lembro e (re)lembro, (re)lembro e nos dá aquela boa sensação de querer desenhar compulsivamente e não mais parar. É o amor a isso de desenhar e conhecer o mundo desenhando.

Viajar, navegar, e desenhar é preciso.




“Ganhei o Mundo” não abre concessões... é croquis urbanos na veia. Sem enfeites, churumelas ou acréscimos de lindeza. Vivência, experiência e “desenhência” são onipresentes em suas sedutoras páginas.





Com certeza o prezado leitor, ao saborear estas páginas... entenderá que “Ganhei o Mundo” reside seus textos, palavras, desenhos, na mais pura acepção Urban Skecthers do “Viver o mundo, desenho a desenho”.

Eis um convite a ganhar, desenhando, esse mundo sem porteiras...
Como repete o autor, como em um mantra nordestino cosmopolita: "(AR)RISQUE"!.

André Lissonger



4 comentários:

  1. Belas e contagiantes palavras. Vou comprar logo a minha cópia.
    Parabéns companheiro Jota Clewton.
    Inauguramos um nova categoria de blogagem: resenha?

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    Respostas
    1. Com certeza Marconi!!! Lindos são mesmos os desenhos!

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    2. André e Marconi, este "sketchbook" já estava em meu pensamento há algum tempo!. E agora, não deixo de ler e (re)ler estas tocantes palavras do mestre André! Fica o convite: que continuemos a sorver essa "cachaça"! Abraços!

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  2. Comprarei com certeza, o meu exemplar hoje no lançamento, na Universidade de Fortaleza - Unifor.

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