As férias de julho foram bem curtas. Decidimos por um passeio mais "caseiro", já que sou um legítimo cearense e que adoro peixe!
A praia então foi o destino. Passamos uns dias na belíssima praia de Icarai de Amontada (tão bela que acabei nem "tendo tempo" para fazer registros em desenhos. rs). A uma distância de 5 km, outro lugar magnífico: a praia das Moitas, onde fiz um registro inusitado da movimentação de pescadores, com seus balaios a retirarem o resultado da "colheita" de peixes nos currais de pescas localizados na praia.
No dia seguinte, fomos registrar uma das mais belas edificações religiosas em território cearense: A Igreja de Nossa Senhora da Conceição, localizada no distrito de Almofala, município de Itarema. Essa igreja tem uma história inusitada. Foi completamente soterrada pelo movimento duna, no final do século XIX e, nos anos 1940, começou a reaparecer. Atualmente faz parte do conjunto de bens tombados pelo IPHAN.
Para finalizar, enquanto estivemos em Fortaleza, fomos visitar a Casa de José de Alencar, outro monumento tombado pelo IPHAN, localizado no Sítio Alagadiço Novo, às margens da Rodovia CE-040. No desenho, busquei privilegiar um ângulo não tão conhecido da casa. Busquei privilegiar a relação entre o pequeno edifício e a vegetação exuberante existente no conjunto.
Foram poucos dias de folga. Os desenhos, menos ainda. Mas, particularmente, os resultados foram do meu agrado.
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15.7.17
24.6.17
Registros do 40º Encontro USK Natal, no IFRN (Cidade Alta) e imediações
Nesse dia 24 de junho realizamos o 40º Encontro USK Natal, nas proximidades do prédio do IFRN Cidade Alta.
Apesar do dia chuvoso e do tempo nublado no horário marcado para o encontro, São Pedro foi camarada no dia de São João, e nos presenteou com um clima ameno, mas não chuvoso.
Em momento antecedente ao encontro, passamos algumas informações históricas acerca do atual edifício do IFRN, no evento criado no Facebook. Retomo o texto informativo aqui:
" Datado do início do século XX, o antigo casarão localizado na Avenida Rio Branco, n.º 743, abrigou a Escola de Aprendizes Artífices, o Liceu Industrial e a Escola Industrial de Natal a partir de 1913.
O prédio passou por diferentes reformas, entre as décadas de 20 e 30, encampadas pelo Serviço de Remodelação do Ensino Profissional Técnico, numa das quais ganhou o piso superior e a fachada que o caracteriza atualmente.
Apesar do dia chuvoso e do tempo nublado no horário marcado para o encontro, São Pedro foi camarada no dia de São João, e nos presenteou com um clima ameno, mas não chuvoso.
Em momento antecedente ao encontro, passamos algumas informações históricas acerca do atual edifício do IFRN, no evento criado no Facebook. Retomo o texto informativo aqui:
" Datado do início do século XX, o antigo casarão localizado na Avenida Rio Branco, n.º 743, abrigou a Escola de Aprendizes Artífices, o Liceu Industrial e a Escola Industrial de Natal a partir de 1913.
O prédio passou por diferentes reformas, entre as décadas de 20 e 30, encampadas pelo Serviço de Remodelação do Ensino Profissional Técnico, numa das quais ganhou o piso superior e a fachada que o caracteriza atualmente.
Com a inauguração das novas instalações da Escola Industrial no bairro
de Morro Branco, em 1967, o Ministério da Educação repassou o prédio
para o Instituto Nacional do Livro. Posteriormente, sua tutela foi
concedida à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que instalou no
local, entre outros órgãos, sua Televisão Universitária, ali
funcionando de 1976 a 1995.
Em 2007 o então CEFET-RN solicitou a reintegração de posse do edifício, iniciando sua recuperação, reinaugurando-o em 23 de setembro de 2009 por ocasião das festividades do centenário da instituição, atualmente denominada Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN).
FONTE: http://portal.ifrn.edu.br/…/na…/institucional/historico.html"
Segue o conjunto de imagens de nosso encontro:
Após o registro oficial com o grupo e todos os desenhos, foi realizado o sorteio de um exemplar do meu livro "Ganhei o Mundo", cabendo a sorte grande à Renata, aluna minha do terceiro período do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRN.
Espero que tenha sido um incentivo à Renata a continuar frequentando os nossos encontros.
Em 2007 o então CEFET-RN solicitou a reintegração de posse do edifício, iniciando sua recuperação, reinaugurando-o em 23 de setembro de 2009 por ocasião das festividades do centenário da instituição, atualmente denominada Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN).
FONTE: http://portal.ifrn.edu.br/…/na…/institucional/historico.html"
Segue o conjunto de imagens de nosso encontro:
Após o registro oficial com o grupo e todos os desenhos, foi realizado o sorteio de um exemplar do meu livro "Ganhei o Mundo", cabendo a sorte grande à Renata, aluna minha do terceiro período do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRN.
Espero que tenha sido um incentivo à Renata a continuar frequentando os nossos encontros.
22.9.16
GRAFOS em Nova Descoberta
Estou ministrando um seminário temático que denominei "CADERNOS GRÁFICOS" com alunos da pós graduação. A ideia básica do seminário é Incentivar a utilização do caderno gráfico
como suporte para a construção de narrativas sobre a cidade, a partir da realização de registros / memórias acerca da apreensão dos espaços
urbanos da cidade na contemporaneidade.
No primeiro encontro do seminário realizamos uma atividade de leitura da cidade em sua totalidade, que só foi possível pelo fato de estar ocorrendo na cidade uma a Mostra Laboratório Participativo De Fora Adentro- A Cidade e Seus Sentidos, idealizado e executado pelo antropólogo e artista multimídia Maurício Panella. Esta mostra teve como suporte um "mapa gigante" da cidade, impresso em 2006 para ser apresentado no Encontro da SBPC que ocorreu naquele ano em Natal. Neste ano de 2016, o mapa voltou a ser suporte para atividades vinculadas à referida mostra.
Ao conceber a metodologia do seminário, resolvi incluir uma atividade no mapa, para que os participantes tivessem uma visão "macro" da cidade, para podermos ir na atividade, fazendo as leituras a partir da transição entre escalas: do macro para o micro. Nesse sentido, as atividades foram definidas na perspectiva de articulação trans-escalar:
No primeiro encontro do seminário realizamos uma atividade de leitura da cidade em sua totalidade, que só foi possível pelo fato de estar ocorrendo na cidade uma a Mostra Laboratório Participativo De Fora Adentro- A Cidade e Seus Sentidos, idealizado e executado pelo antropólogo e artista multimídia Maurício Panella. Esta mostra teve como suporte um "mapa gigante" da cidade, impresso em 2006 para ser apresentado no Encontro da SBPC que ocorreu naquele ano em Natal. Neste ano de 2016, o mapa voltou a ser suporte para atividades vinculadas à referida mostra.
Ao conceber a metodologia do seminário, resolvi incluir uma atividade no mapa, para que os participantes tivessem uma visão "macro" da cidade, para podermos ir na atividade, fazendo as leituras a partir da transição entre escalas: do macro para o micro. Nesse sentido, as atividades foram definidas na perspectiva de articulação trans-escalar:
1. 1. Visita ao “mapa gigante”: exposição “DeForaaDentro”,
para se ter uma visão macro sobre a cidade do Natal e para serem selecionadas
as áreas da cidade que serão trabalhadas na escala micro, a partir da
construção de narrativas e utilização do caderno gráfico como suporte para
estas narrativas;
2. 2. Atividade do
“perder-se na cidade - narrativas da
microescala”. Serão visitadas três áreas, em um primeiro momento coletivamente
e posteriormente deverão ser realizadas outras visitas – a cargo de cada um dos
discentes - aos locais selecionados, de modo a ampliar o quadro narrativo de
cada um;
3. 3. Serão definidas datas para a partilha das
narrativas realizadas, tendo o caderno gráfico como suporte para estas
narrativas.
N
NA primeira área escolhida foi um trecho do Bairro Nova Descoberta, que apresenta uma situação com um nível de complexidade que instiga boas discussões. A área é praticamente delimitada de um lado por uma região em que predominam as construções em adensamento vertical (corredor da Av. Salgado Filho, uma das principais vias de articulação da cidade), e de outro a reserva do Parque das Dunas (o morro, como é popularmente conhecida a reserva).
No percurso realizado, procuramos priorizar a proximidade do morro, para identificarmos as relações entre este marco da paisagem e o espaço construído. No entanto, pudemos também fazer relações também com a área adensada, com as tipologias (urbanas e arquitetônicas) encontradas no percurso, com os espaços simbólicos, com as apropriações dos espaços realizados pela prática cotidiana.
Seguem os meus registros, realizados no meu "sketchbook" preferido, o meu livro.
23.7.16
UMA NARRATIVA SOBRE A FORÇA DA SIMPLICIDADE, presente nos cantos e recantos de nossas cidades.
Eu e minha companheira Eunádia aproveitamos a última semana
de férias do meio do ano de 2016 para fazermos uma viagem seguindo a rota da BR
101, rodovia que interliga vários estados do nordeste brasileiro. O foco da
viagem foi a realização de registros em alguns núcleos urbanos da Paraíba e
Pernambuco que representam em sua estrutura urbana, algumas características
morfológicas / tipológicas das cidades coloniais brasileiras. Com esse intuito visitamos as cidades de Cabedelo, na
Paraíba, e Goiana e Igarassu, em Pernambuco. Os registros que se seguem dão
conta desta primeira parte da viagem.
Em Cabedelo fomos especificamente visitar a Fortaleza de
Santa Catarina, um belo exemplar de arquitetura militar portuguesa que faz
parte do conjunto de fortes que foram construídos para defendera costa
brasileira de possíveis ataques de “estrangeiros”. A sensação negativa que se
tem ao chegar ao edifício – devido a interferência que ocorre na paisagem,
causada pela presença muito próxima de uma área de tancagem do Porto da cidade
em relação ao bem tombado em nível federal, é amenizada quando adentramos o
conjunto d fortificação. O que podemos observar e uma sucessão de edifícios que
se complementam (capela, alojamentos, casa do Capitão-mor...), articulados por
uma generosa área de pátio, todos circuncidados pela muralha propriamente dita.
Salienta-se também o uso adequado dos materiais (notadamente as aparelhagens em
pedra) que dão ao conjunto uma tectônica peculiar.
Seguindo o trajeto pela BR-101, entramos na cidade de Goiana,
em Pernambuco. Em seu centro histórico, tombado em nível federal, pudemos
observar uma das principais características dos sítios históricos coloniais
brasileiros: os espaços religiosos como um dos principais elementos
estruturadores do espaço urbano. A cidade é plana e as ruas são geralmente
largas. Por estas ruas conseguimos fazer um percurso em que identificamos
articulações entre boa parte dos templos religiosos católicos. Notamos também
que a maioria das igrejas não são dotadas de lardos à sua frente (das que
visitamos, excetuamos apenas o conjunto carmelita).
Outro núcleo visitado com este intuito foi o da cidade de
Igarassu, também em Pernambuco. Neste, passamos menos tempo (já estávamos em
processo de retorno à Natal). Em Igarassu, a presença da arquitetura religiosa
também é forte, porém com algumas diferenciações com relação ao que vimos em
Goiana: observamos a presença marcante da ocupação dos elementos estruturadores
do espaço urbano em um elevado (duas igrejas e a casa de câmara e cadeia em
especial), com o conjunto religioso da ordem franciscana aparecendo ao fundo do
morro. Ao lado pode-se apreciar uma vista interessante do resquício de mata atlântica.
Rodeando o morro, podemos observar a presença de mais duas
igrejas, e de interessantes visadas que possibilitam descortinar a relação
entre a arquitetura religiosa e o casario baixo e bem colorido. Estas visadas
foram exatamente os alvos dos registros realizados na cidade.
Essas visitas me instigaram cada vez mais a pensar em uma
atividade de formação que vise construir um quadro de registros de um conjunto
de núcleos coloniais espalhados por parte do nordeste brasileiro, incluindo,
além de Goiana e Igarassu, os sítios históricos de Natal, João Pessoa, Olinda,
Recife (na verdade, o bairro de Santo Antônio), indo até as Alagoas, para
incorporar os sítios históricos de Penedo e Marechal Deodoro. Tratarei de possibilitar
a realização desta atividade.
Mas ... a viagem não parou por ai.
Devo destacar de forma especial os três dias que passamos em
Recife, na companhia dos amigos Natália Miranda e Fábio Araújo, que nos
propiciaram passeios maravilhosos!
Primeiro fomos “dar uma volta” no bairro do Recife, para
mim, “parada obrigatória”. Fiz um registro do Marco Zero e do recém-“meio”-inaugurado
Cais do Sertão, projeto do escritório Brasil Arquitetura, que sempre trouxe
para seus projetos a boa influência do olhar “antropológico” de Lina Bo Bardi.
No “Cais” registrei um trecho do “Rio São Francisco”. Do Marco Zero trouxe a
lembrança de um belo por-do-sol.
No segundo dia no Recife, fomos ao parque de Jaqueira. O
objetivo era um pouco inusitado: quando ainda graduando na Universidade Federal
do Ceará, realizei pesquisas sobre a cidade de Icó, hoje reconhecida como
Patrimônio Nacional pelo IPHAN. Um dos documentos que mais me chamou atenção
foi um parecer elaborado pela arquiteta Cláudia Girão Barroso - à época arquiteta
do IPHAN-RJ – através do qual foi empreendida uma análise acerca do referido
núcleo urbano, sob forma de percurso pela cidade. Em um dos trechos do
documento, a arquiteta se reporta à tipologia de uma das igrejas (a famosa
igrejinha de Nossa Senhora do Monte), traçando um paralelo com a tipologia da
capela do Parque da Jaqueira, no Recife. Esta informação sempre me chamou a
atenção, porém ainda não tinha ido conferir in
loco, o que veio ocorrer agora, quase 25 anos depois!
E, finalmente ... fechamos o ciclo de visitas de uma forma
bem interessante: há tempos que falava para a amiga Natália que sempre me
chamou atenção no Recife, a presença de pequenos conjuntos espalhados pela cidade,
que mesmo sem conhecer muito, me passavam uma ideia de espaços pitorescos,
pequenas “ilhas” localizadas no caos da metrópole. Desta vez, Natália nos levou
a três desses espaços: o Poço da Panela, Apipucos e o Largo de Santa Cruz, na
Boa Vista.
Fica claro que cada um desses espaços tem as suas
particularidades. No entanto, para mim ficou cada vez mais nítido essa ideia
que cada um destes espaços guarda sua atmosfera de espaços pitorescos. Em Santa
Cruz e no Poço da Panela, meus registros foram realizados em mesas de bar (Bar
Santa Cruz e Bar do seu Vital). Em Apipucos, a vegetação impões sua marca e sua
força na paisagem, criando um microclima que nos seduziu.
Não posso deixar de dedicar esta pequena narrativa aos
amigos – DE SEMPRE – Natália Vieira e Fábio Araújo.
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