Foto: Davi Cavalheiro
Domingo na Ilha da Grande Jatte, Georges Seurat. 1884
A criação da bisnaga de tintas pelos holandeses, na época do Impressionismo, viabilizou que os artistas fossem para a rua pintar. Os desenhadores passaram a registrar o cotidiano urbano in loco. Cafés, cabarés, parques, ruas, estações. Concentraram-se na captura das diferentes atmosferas do dia, influenciados pela nebulosidade e luminosidade.
Este
quadro de Georges Seurat – “Uma Tarde de
Domingo na Ilha de La Grande Jatte” representa muito bem isso. A
ambiência urbana, com seus transeuntes e roupas típicas. Na cena, inclusive, o
rapaz que segura o cachimbo, o faz na mesma posição que alguém hoje manda um
SMS, bate uma selfie ou conversa no celular.
É
muito curioso comparar esta cena com nossas experiências urban sketchers e
croquizeiras, mergulhados nas reuniões citadinas.
Neste
final de semana voltamos ao Jardim Botânico – um parque solarizado e colorido
de flores. Turistas, músicos, curtidores, atletas, namorados, pais, vikings
[!]. Verdadeiro desfile de
estampas e objetos habituais. Bonés, bolsas, tênis, carrinhos de bebês, bolas,
celulares, bicicletas, moletons.
O
costume parece o mesmo da época dos brothers Seurat, Renoir, Monet, Degas –
preencher os gramados, entre as árvores, sentar na grama, conversar com amigos,
contemplar a luminosidade dos lagos e desenhar.
Pitoresco
imaginar os impressionistas desenhando incólumes entre os citadinos, pintando
quadros que se transformaram no registro mais potente de uma época. Potentes
porque preservam, dentro de cada imagem estática, milhares de cenas não
fotografadas. E o mais irônico disso
tudo é que o pontilhismo do Seurat inspirou a criação da televisão, prensa e
imagens digitais mais tarde.
Foto: Washington Takeuchi
Foto: Washington Takeuchi
Foto: Washington Takeuchi
Foto: Washington Takeuchi
Foto: Washington Takeuchi
Foto: Washington Takeuchi
Foto: Washington Takeuchi
Foto: Francisca Cury
Foto: Francisca Cury
Foto: Francisca Cury
*Antes de pintar a tela, Seurat realizou cerca de 23 esboços e 38 telas preliminares. Durante seis meses, foi todos os dias à Ilha de La Grande Jatte, pintando a paisagem nos dias de menor movimento e as figuras humanas nos finais de semana e feriados.
Seurat demorou um ano para pintar a obra, e outro ano para repintar sobre o quadro, cobrindo-a inteiramente com minúsculas pinceladas.
Esse post está fantástico! Leve e solto como uma bela manhã em um parque.
ResponderExcluirEasy like sunday morning.... kkkkkk
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